Trabalhadores terceirizados de várias empresas prestadoras de serviço da Petrobrás, que atuam nas unidades da estatal, correm grande risco em meio à pandemia de Covid-19. As condições de trabalho, que já não eram das melhores, pioraram, pois sob risco de contaminação, a tensão vem aumentando entre os trabalhadores que também estão com medo de perder seus empregos. O pior é que algumas empresas ainda estão amplificando esses problemas ao não cumprir a legislação trabalhista, as convenções e acordos feitos com os sindicatos.
O Sindipetro cobra mais empenho e rigor da Petrobrás na fiscalização desses contratos para garantir que eles sejam cumpridos. O fato é que muitas dessas empresas estão se aproveitando do momento para cometer mais irregularidades se utilizando do episódio da pandemia de Covid-19 que impede a realização de mobilizações, pois não é possível haver aglomerações de pessoas nesse momento.
A direção do Sindipetro vem, reiteradamente, procurando a gerência da UO Bahia para realizar uma reunião onde fosse possível tratar sobre os inúmeros problemas que vêm acontecendo nas empresas terceirizadas, mas a gerência está ignorando as dificuldades, que se avolumam e se agravam a cada dia.
Veja abaixo o que está acontecendo em muitas dessas empresas
Predigas – Os trabalhadores que prestam serviço para a UO-BA estão há quatro meses sem receber salário ou ticket alimentação e não conseguem usar a assistência médica por falta de pagamento. A empresa também não deposita o FGTS ou INSS. E sem nenhuma previsão ou garantia de receber as suas indenizações. Apesar de todo o esforço do Sindipetro que fez reiteradas cobranças à gerência da UO-BA para resolver esse grave problema e das mobilizações que ocorreram antes da pandemia, a empresa continua sem dar nenhuma satisfação aos trabalhadores e sindicato. No dia 20 de março a Predigás recebeu 3 milhões de reais da Petrobrás e os trabalhadores não viram um centavo desse dinheiro.
Perbras– Os trabalhadores que atuam no contrato de manutenção da Perbras, prestando serviço na UO-BA, trabalharam durante o Carnaval, mas a empresa não considerou o feriado como é feito pela Petrobrás e pelas empresas anteriores. Sendo assim eles não receberam as horas extras do período do Carnaval, como é de direito.
CDN – Essa empresa que também presta serviço na UO-BA anunciou no inicio de abril não ter mais condições de manter o contrato e mandou os trabalhadores procurarem a justiça. Não pagou os salários, não deu nenhuma garantia de pagamento das verbas rescisórias, deixando os trabalhadores à própria sorte, apesar dos avisos dados à gerência da Petrobrás pelo Sindipetro e Sinterpav sobre as condições que a CBN vinha administrando o seu contrato, demonstrando total fragilidade. O que resultou no calote programado dado nos trabalhadores em um momento tão difícil quanto esse. O Sindipetro e o Sinterpav esperam que os trabalhadores da CDN sejam absorvidos pela empresa que vai assumir o contrato e que a Petrobrás libere os recursos retidos de forma rápida para o pagamento das indenizações negociando isso com o Sinterpav.
Açolar – A empresa demitiu trabalhadores na região do Ativo Norte e não pagou o aviso prévio, alegando que eles não tinham direito apesar de terem sido demitidos sem nenhuma justificativa.
Guindaste Brasil – A empresa, com frequência, vem atrasando os salários dos trabalhadores em até 10 dias. Não tem feito depósito do FGTS e não está pagando a assistência médica, que é item contratual, deixando os trabalhadores sem atendimento médico em plena pandemia de covid-19. Além disso, não paga a horas extras.
Guardsecure – Empresa que presta serviço de vigilância patrimonial para os Serviços Compartilhados em várias unidades do Sistema Petrobrás começou a praticar forte assédio moral exigindo dos trabalhadores que informem endereços falsos em cidades próximas às unidades operacionais, mas que não correspondem ao seu verdadeiro endereço, já que a empresa possui o real endereço de cada trabalhador, fornecido na hora da sua contratação. O objetivo da empresa é fornecer transporte apenas para aquelas cidades informadas com endereço falso com a intenção de diminuir seus custos. A empresa está obrigando os trabalhadores a cometerem crime de falsidade ideológica e isso é muito sério. O Sindipetro já notificou a gerência do contrato que se comprometeu a averiguar com a empresa as denúncias feitas pelos trabalhadores.
[Via Sindipetro Bahia]