Emprego com carteira assinada ultrapassa os 50%

Pesquisa do IBGE ratifica a correta posição da CUT diante da crise: defesa do emprego e valorização do trabalho…





CUT

Dados divulgados na última segunda-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, pela primeira vez em 16 anos, mais de 50% dos trabalhadores estão trabalhando com carteira assinada.

A pesquisa ratifica a aposta da CUT, que no auge da crise, defendeu e lutou por mais produção e emprego, ampliando os investimentos públicos com o Estado como indutor do desenvolvimento. Naquele momento, grupos minoritários de representação dos trabalhadores defendiam a tese do Estado mínimo, da flexibilização de direitos, redução da jornada com redução de salários, suspensão de contratos de trabalho e outras sandices que equivaleriam a tentar apagar o fogo com gasolina.

“Os dados da formalização do trabalho mostram que o Brasil está superando a crise, enquanto outros países como os Estados Unidos, Espanha e Grécia ainda estão vivendo um período de turbulências”, ressalta Artur Henrique, presidente a CUT.

Outro destaque da pesquisa é a questão da informalidade. Segundo o estudo do IBGE, o trabalho informal atingiu nas grandes metrópoles um de seus patamares mais baixos,  com 36,7% dos ocupados (18,1% trabalham sem carteira assinada e 18,6% por conta própria). Conforme  a pesquisa, em fevereiro, os empresários respondiam por 4,5% do total, militares e funcionários públicos por 7,5%.

Apesar dos avanços, Artur lembra que a informalidade ainda é um problema recorrente no mercado de trabalho e precisa ser enfrentada juntamente com outras questões como a terceirização e precarização. “Hoje, quase 8 milhões de pessoas se mantêm em empregos precários. Este é um numero alarmante. Precisamos de mais políticas afirmativas que combatam a precarização, que tragam segurança e proteção social.”

Falando sobre a expectativa de crescimento do País, que gira hoje em torno de 6 a 7%, Artur adverte que o crescimento econômico deve vir acompanhado de inclusão social, distribuição de renda, valorização do trabalho e preocupação com a sustentabilidade ambiental. “Nesse debate, fica cada vez mais claro que precisamos garantir o pleno emprego para poder dar conta de colocar a questão do trabalho no centro do debate do modelo de desenvolvimento.”