Em visita à Bahia, Lula condena privatização da Rlam

Foto: Sindipetro Bahia/ Participação dos petroleiros na manifestação no dia 02 de julho

Em visita à Salvador, na sexta (01/07) e no sábado (02), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a privatização da RLAM (Refinaria Landulpho Alves), localizada no Recôncavo Baiano, símbolo da produção de derivados de petróleo por ter sido a primeira refinaria nacional, criada em 1950 e que teve a venda concluída em novembro de 2021. “Eu não me perdoo por não ter tido força para evitar a privatização da refinaria Landulpho Alves aí na Bahia. Como é que pode deixar privatizar? Inclusive os poços que tinham no Recôncavo Baiano foram tudo vendido. É um absurdo. É um absurdo o desmonte que eles fizeram da Petrobras para entregar um litro de gasolina por R$ 8, um litro de diesel por 7 e um botijão de gás, que deveria estar na cesta básica da sociedade, por R$ 150, R$ 130, R$ 115, dependendo do Estado”, afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador (BA).

Na véspera, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, informou que o fator de utilização das refinarias da Petrobrás (FUT), depois de chegar a mais de 90% entre 2007 e 2014, caiu para 76% em 2018 e está em patamar de 80% de 2020 para cá. Segundo ele, que participou na última quinta (30/6) de reunião dos petroleiros com representantes do PCdoB, PV, PT, PSB, PSol, Rede e Solidariedade para debater as diretrizes do programa da chapa Lula-Alckmin, o projeto de venda de nove refinarias (50% da capacidade de produção) e redução de investimentos tem efeitos diretos sobre a produção de derivados da Petrobrás.

O dirigente da FUP afirmou ainda que, na esteira do PPI (preço de paridade de importação) e da alta dos combustíveis, houve aumento substancial no número de importadores e exportadores de derivados de petróleo (tradings). Em junho de 2008, eram 192 agentes, total que passou para 363 em agosto de 2016; e atingiu 634 importadores/exportadores em dezembro de 2021.

Na entrevista à rádio de Salvador, Lula lembrou que, enquanto presidente, durante a crise de 2008, o preço do barril de petróleo chegou a 147 dólares, mais caro do que hoje, e o preço da gasolina era R$ 2,60. “Não tem explicação a paridade de preço a nível internacional. Isso teria sentido se o Brasil fosse um importador de petróleo, mas o Brasil não é importador de petróleo. O Brasil é autossuficiente”, contou, acrescentando que o projeto que ele tinha era que o Brasil fosse exportador de derivados de petróleo para ter mais dinheiro para investir, por exemplo, em saúde e educação. “Agora não. Agora a Petrobras está ganhando muito dinheiro para dividir todo ano com os acionistas, sobretudo, os de Nova Iorque. Nós vamos discutir isso com muito carinho”, disse.

[Do portal Vermelho, com informações do portal lula.org.br e da assessoria de imprensa da FUP]