Em protesto por reajuste, bancários de 15 cidades paralisam atividades

Rede Brasil Atual

Bancários realizaram nesta segunda-feira (3) o Dia Nacional de Luta e paralisaram as atividades em pelo menos 15 cidades para pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a apresentar uma proposta que contemple as reivindicações da categoria na próxima rodada de negociação, marcada para hoje (4), em São Paulo. Em outras duas cidades houve manifestações e os trabalhadores atrasaram a abertura das agências, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

“Essa atividade nacional tem como objetivo mostrar que os bancários não estão de brincadeira e vão à luta por uma proposta decente. Com crise ou sem crise vemos que os bancos estão lucrando muito e compõem o setor da economia que mais ganha, disparado. Portanto é inaceitável a proposta apresentada até o momento”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, segundo comunicado emitido pela entidade. 

O Comando Nacional dos Bancários considerou insuficiente a primeira proposta dos bancos, apresentada na semana passada, de reajuste de 6%, que representaria, de acordo com o órgão, um aumento real de 0,7%. “Queremos construir um bom acordo na mesa de negociação, o que dependerá exclusivamente dos bancos. Condições financeiras eles têm de sobra, uma vez que somente os seis maiores apresentaram R$ 25,2 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre”, disse o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, de acordo com nota emitida pela confederação.

Os bancários paralisaram as atividades em Cuiabá (MT), Jundiaí (SP), Dourados (MS), Piracicaba (SP), São José do Rio Preto (SP), Porto Velho (RO), Vitória (ES), Campinas (SP), Teresina (PI), Maceió (AL), Porto Alegre (RS), Campina Grande (PB) e São Paulo (SP) e nas cidades do ABC paulista. Em Santos (SP) a abertura das agências foi atrasada e em Juiz de Fora (MG) houve uma série de manifestações em protesto.

“Os bancários estão se mobilizando em todo o país. Se for necessário, vamos à greve novamente caso os bancos rejeitem nossas reivindicações, que além do reajuste de 10,25% incluem valorização do piso, melhoria da PLR, mais contratações e garantias contra demissões imotivadas, avanços no combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança e igualdade de oportunidades”, adverte Cordeiro.