A Embraer anunciou nesta quinta-feira (3) a demissão de 900 trabalhadores que estavam em licença remunerada. O corte em massa acontece um dia após o encerramento do programa de demissão voluntária (PDV) da companhia, que teve 1.600 adesões em todo o país.
Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos diz que as demissões foram feitas sem qualquer negociação com a entidade, o que viola o acordo de preservação de emprego assinado em 9 de abril, durante o período de calamidade pública provocado pela pandemia do coronavírus.
O sindicato convocou uma assembleia com todos os demitidos, às 14h30, na portaria da matriz, na Avenida Faria Lima, em São José dos Campos-SP), nesta quinta.
Os metalúrgicos afirmam ainda que nem PDV foi negociado, pois a empresa apenas apresentou o programa, sem aceitar alternativas. É o terceiro PDV aberto pela empresa em menos de dois meses.
Má gestão
Em abril, a companhia aeronáutica norte-americana Boeing anunciou que rescindiu acordo de US$ 4,2 bilhões para adquirir a divisão de aviões comerciais da Embraer.
Para especialistas, a situação atual da companhia exige a busca por recursos para que possa integrar novamente os seus segmentos. Entretanto, dependerá de uma nova orientação da direção da empresa, como um plano para ser reestatizada.
De acordo com o sindicato, a Embraer tenta justificar o PDV colocando a culpa na pandemia, mas estudos mostram que as dificuldades financeiras foram provocadas pela má gestão do Conselho Administrativo na negociação com a Boeing.
“É um crime o que a Embraer está fazendo com esses trabalhadores. Enquanto mantém altos executivos com salários milionários, demite 2.500 pais e mães de família que dependem de seus empregos para sobreviver. Não aceitaremos essa medida. Vamos buscar todas as formas de luta para reverter as demissões”, afirma o diretor do Sindicato, Herbert Claros.
[Da Rede Brasil Atual]