Em Minas Gerais, categoria petroleira adere em massa à greve nacional

Atendendo a convocação da FUP, a categoria petroleira de Minas Gerais cruzou os braços à meia noite desta sexta-feira, 24. Na Refinaria Gabriel Passos (Regap) e Termelétrica Aureliano Chaves (UTE-ACH) a adesão foi de 90% na área operacional e 60% no horário administrativo. Na Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, os trabalhadores também paralisaram as atividades e, na Termelétrica de Juiz de Fora, houve um ato com atraso na entrada do expediente e paralisação dos trabalhadores da Transpetro.

Às 7h foi realizada uma manifestação na portaria da Regap, com atraso na entrada de expediente, que contou com o apoio do Sindieletro, Sindibel, Sindimetro, Sindicato dos Correios, Movimento Luta de Classes, Levante Popular da Juventude, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e das centrais sindicais CUT, CTB e Conlutas.  Após o ato, houve panfletagem do jornal Brasil de Fato, edição especial sobre o pré-sal, na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Foram distribuídos cerca de 4 mil exemplares.

A greve foi chamada para protestar contra os desinvestimentos anunciados pela Petrobrás. No dia 26 de junho, o Conselho de Administração publicou o Plano de Gestão e Negócios, que prevê a venda de ativos que podem totalizar cerca de US$57 bi e o corte de US$ 89 bi em investimentos e despesas. Hoje, o Conselho de Administração volta a se reunir.

Outra bandeira de luta está sendo a defesa do pré-sal. Até o momento, a categoria petroleira, com o apoio dos movimentos sociais e sindicais, conseguiu barrar no Senado a votação do Projeto de Lei do senador José Serra (PSDB-SP). O  PL 131/2015 tem como objetivo retirar da Petrobrás a condição de operadora única do pré-sal, assim como 30% dos blocos já licitados.

Para o diretor do Sindipetro/MG, Felipe Pinheiro, a mobilização foi importante para mostrar que a categoria petroleira entendeu que o momento exige a luta para além das reivindicações corporativas. “Nós temos que defender dois ataques, o da direção da Petrobrás e do Congresso Nacional. Por isso os trabalhadores do Sistema Petrobrás inteiro pararam.  Essa é apenas a primeira mobilização de muitas que virão. A batalha só está começando”.

Sindipetro/MG