Em memória das 313 vidas ceifadas em acidentes na Petrobrás

 

 

 

 

Imprensa da FUP

Nesta sexta-feira, 27, os petroleiros participaram de manifestações em diversas bases operacionais e administrativas do Sistema Petrobrás, cobrando condições seguras de trabalho. A mobilização nacional foi convocada pela FUP para marcar o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, celebrado no dia 28 de abril, que este ano cai no sábado. Os sindicatos realizaram atos na entrada das unidades, denunciando as condições precárias de trabalho e a insegurança que afetam, principalmente, os trabalhadores terceirizados.  Participaram das manifestações as bases do Unificado de São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Duque de Caxias.

Duque de Caxias

No Norte Fluminense, o sindicato realizará neste sábado, 28/04, um grande mutirão para levantar as condições de segurança em todas as unidades da Petrobrás e das empresas do setor privado. O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho será marcado também com o lançamento da campanha publicitária “Tire a Mordaça”.

No Paraná e em Santa Catarina, as mobilizações foram adiadas para segunda-feira, 30, devido as chuvas que castigam a região. Na Bahia, o Sindipetro denunciará as condições precárias de trabalho e segurança durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes da UO-BA, que será realizada ao longo da semana. É a primeira vez que o sindicato participará da Sipat.

Espírito Santo

Basta de mortes e mutilações

Esse ano, dois companheiros terceirizados morreram em acidentes na Petrobrás. São 313 vidas perdidas em acidentes de trabalho na empresa, desde 1995.  Mais de 80% das vítimas eram trabalhadores terceirizados. A mobilização nacional desta sexta-feira (27) lembrou cada um desses companheiros que se foram, para que os gestores da Petrobrás jamais esqueçam que essas mortes poderiam ter sido evitadas, se a empresa ouvisse mais os trabalhadores e priorizasse a vida em vez da produção.

Pernambuco

Precisamos dar um basta às mortes, acidentes e doenças que nos tornam vítimas do trabalho. A OIT estima que diariamente o mundo perca cinco mil trabalhadores em acidentes fatais, o que significa, três vidas por minuto. No Brasil, uma pessoa morre a cada 3,5 horas em acidentes de trabalho. Entre os 2,3 milhões de acidentes comunicados ao INSS entre 2008 e 2010, envolvendo, portanto, somente trabalhadores registrados,  41.798 deles incapacitaram permanentemente as vítimas. A grande maioria dos trabalhadores acidentados teve dedos, mãos e braços amputados. Os petroleiros querem participação efetiva na construção de políticas que defendam a vida e rompam com o autoritarismo que ainda impera nas relações de trabalho.

Mauá – SP
Rio Grande do Sul

Do luto à luta – a história do 28 de abril

Em 1969, no dia 28 de abril, uma mina explodiu nos Estados Unidos, matando 78 mineiros. A tragédia fez com que os trabalhadores passassem a reconhecer essa data como o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Em vários países, o movimento sindical transformou o dia em atos de denúncia e protesto, dando visibilidade às doenças e acidentes do trabalho e aos temas relacionados à saúde do trabalhador.

Em 2003, a OIT integrou oficialmente o 28 de abril ao seu calendário de lutas.  No Brasil, a data foi reconhecida em 2005, através da Lei 11.121 que instituiu o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

Até então esquecida, data entrará para o calendário da Petrobrás

Ao longo de todos esses anos, a Petrobrás nunca reconheceu o dia 28 de abril, mas anunciou esta semana que passará a incluir a data em seu calendário de ações e atividades de SMS, a partir de 2013. O anúncio foi feito na quinta-feira, 26, na reunião do Grupo Paritário de SMS, onde a FUP e a empresa discutem as propostas dos trabalhadores para a política de segurança.