Em meio a pandemia, Petrobrás encerra exploração marítima, provoca desemprego em massa e prejudica economia

 

No último dia 27/03, a força de trabalho própria e terceirizada das plataformas marítimas da Petrobrás do Ceará foi surpreendida com a ordem de parada da produção e de preparação para hibernação das unidades.

Esse mesmo encaminhamento se repetiu para as outras plataformas de águas rasas localizadas no Rio Grande do Norte, Sergipe e Norte Fluminense. Não bastasse a constante queda de braço com os organismos de saúde quanto as orientações de isolamento social para o combate efetivo ao Covid-19, o governo Bolsonaro/Guedes e a direção do Castello Branco resolvem ir também na contramão das medidas dos líderes mundiais que é de ampliar a proteção social com a manutenção dos empregos nesse momento de crise.

A medida da hibernação avisada aos investidores sob o título Petrobras adota ações para reforçar resiliência, na verdade esconde o real propósito que é de em plena pandemia do coronavírus aproveitar para aprofundar o projeto de desmonte da Petrobrás e desmantelamento da soberania nacional. Nesta mesma semana, a grande imprensa noticiou a pretensão do alto staff da empresa de triplicar o próprio teto para pagamento de bônus, ao mesmo tempo que informa que recorrerá a uma linha de crédito de US$ 8 bilhões para enfrentar a crise.

No início deste mês, em artigo publicado no site da AEPET (O roteiro para o fim da Petrobrás já está pronto e em andamento), o Economista aposentado da Petrobrás Cláudio Oliveira denuncia que a Petrobrás sofre hoje a maior ameaça à sua sobrevivência em sua história. No texto, ele demonstra que o lucro apoteoticamente anunciado foi obtido com o desfazimento criminoso de ativos altamente rentáveis (R$ 24 bilhões pela TAG e outros R$ 14 bilhões com a entrega do controle da BR Distribuidora).

Dentre outras análises dos dados financeiros da empresa em que descortina as escandalosas mentiras veiculadas pela “mídia hegemônica despudorada, comprometida com interesses externos, que para atingir seus propósitos é capaz de transformar mentiras absolutas em verdades, para a opinião pública brasileira”, Claudio diz ainda que essa política de entrega do patrimônio, “aliada a uma política de preços de autoflagelo, chamada de Preço de Paridade de Importação – PPI desmontaram o equilíbrio e conforto financeiro que a companhia mantinha há muitos anos”.

A orientação desse projeto político de gestão da empresa, intensificado no pós golpe de 2016, não atende aos interesses imediatos de preservação das vidas da força de trabalho, de manutenção dos nossos empregos, de desenvolvimento social e da economia nacional e muito menos de defesa da soberania do povo brasileiro. Esse é mais um crime de lesa pátria!

[Via Sindipetro-CE/PI]