Com apoio e participação das direções sindicais petroleiras, os trabalhadores da BR realizaram uma greve histórica, entre os dias 15 e 19 de agosto, interrompendo a distribuição de combustíveis em várias regiões do país, em protesto contra a privatização de 51% da subsidiária e a quebra da integração do Sistema Petrobrás. A greve atingiu dez estados: RJ, BA, SP, RS, PE, AM, MG, SE, CE e RN.
“A paralisação das atividades na BR Distribuidora, que é parte fundamental do sistema Petrobrás, trouxe uma série de ensinamentos, como o da mobilização espontânea. Sem necessidade de inserção ou provocação por parte das entidades sindicais, os trabalhadores cruzaram os braços nos principais terminais e bases de distribuição na Bahia para apoiar a mobilização e lutar pela sua empresa”, afirmou o Sindipetro-BA, que apoiou ativamente da greve.
Em vez de negociar com os trabalhadores, a BR Distribuidora usou vários subterfúgios para tentar impedir a greve. Como já é de praxe na Petrobrás, a subsidiária entrou com liminares na justiça para decretar a ilegalidade do movimento. Mesmo assim, a adesão de mais de 90% das unidades operacionais e entrada massiva do administrativo na luta assustaram a direção da empresa.
“O descaso da BR já estava claro desde o momento em que o Sindicato tentou definir o contingente mínimo para garantir o abastecimento de serviços essenciais. Foram três ofícios sobre o tema e nenhuma resposta.Além de buscar funcionários de outras unidades para manter o abastecimento, os gerentes ainda tentam inibir a participação dos trabalhadores de todas as formas possíveis”, denunciou o Sitramico-RJ.
Apesar da intransigência da empresa, o objetivo da greve foi alcançado. “Os trabalhadores conseguiram demonstrar a sua força, entendendo o papel que ocupam, a sua importância e demonstrando isso para a gestão da Petrobras. Esperamos que isso sinalize uma mudança na tomada de decisão do Conselho de Administração da empresa”, afirmou o Comitê de Greve da Bahia.
Para a FUP e seus sindicatos, o movimento foi vitorioso e vai gerar impactos positivos na luta contra o desmonte do Sistema Petrobrás. Assim como a greve dos petroleiros em novembro de 2015, os trabalhadores da BR demonstraram para a sociedade brasileira que resisitirão e farão o que for preciso para impedir a privatização da empresa. “Não se trata de mais uma luta apenas da categoria, mas uma luta da sociedade brasileira, que precisará mais uma vez dizer que o petróleo pertence ao povo brasileiro”, destacou o Comitê de Greve da Bahia.
Fonte: FUP, com informações do Sindipetro-BA e Sitramico-RJ