[Com informações do Sindipetro-NF]
Já está no ar o primeiro episódio do documentário Lava Jato Entre Quatro Paredes, realizado pelo canal Normose, em parceria com o Sindipetro-NF [veja no final do texto].
O documentário, que mistura vídeo-ensaio e análise histórica, será exibido em quatro partes de 1 hora cada. Além dessa série, irão ao ar também no canal da Normose no Youtube entrevistas com jornalista e diretor do The Intercept, Leandro Demori e o advogado Thiago Anástácio, que hoje integra “O grande debate” da CNN, além de alguns podcasts extras.
A ideia inicial de produzir vídeos curtos sobre a Lava Jato partiu da diretoria do Sindipetro-NF há cerca de um ano. O diretor do sindicato e da FUP, Tadeu Porto, foi o responsável por entrar em contato com o canal Normose, que possui uma linguagem nova e a pessoa responsável é historiadora e pesquisadora, que acreditou na ideia e aceitou desenvolver o projeto.
Com o passar do tempo, o andamento das pesquisas e levantamentos chegaram à conclusão de que havia muito material e por isso valia a pena produzir um documentário.
“Para estudar a fundo um fato político no Brasil é preciso retornar a macro-história do nosso país para enxergar as páginas mais lamentáveis do nosso passado e só assim entender o contexto e os desastres jurídicos da operação Lava Jato. Esta é a missão de “Lava Jato entre Quatro Paredes”, a série documental dirigido por NORMOSE.
Como a Lava Jato extrapolou os tribunais e virou série de TV, os casos mais confusos da operação foram jogados para debaixo do tapete, assim como as influências internacionais na operação até o temido “Lavajatismo”.
Acompanhando a evolução histórica da operação e a formação do poder paralelo da força tarefa de Curitiba, o documentário quer resgatar e colocar a Lava Jato enquanto consequência da nossa história e não um ponto fora da curva que pode salvar o país” – diz a sinopse.
Em uma breve entrevista ao site do Sindipetro-NF, o responsável pelo canal, que prefere manter o anonimato fala como aconteceu o processo produtivo do documentário:
Queria saber como foi o processo produtivo do documentário?
O processo produtivo da série documental foi complexo. Isso por que, não começou para ser uma série, tampouco um documentário. Mas apenas um vídeo histórico sobre a Operação Lava Jato, como sempre costumo para meu canal. Porém, ao me debruçar na pesquisa de rotina, percebi que havia muito mais a ser trabalhado.
Seria impossível para alguém com formação em História tratar da Lava Jato sem a responsabilidade de traçar um paralelo histórico entre Petróleo, interesses nacionais e estrangeiros, corrupção e enfim Lava Jato.
Deste modo, a pesquisa que tinha como intuito durar 1 ou 2 meses, tomou um trabalho de 10 meses e o vídeo curto, se transformou em série documental com quatro episódios, entrevistas e alguns podcasts extras.
Deste modo, consegui abordar a Lava Jato não apenas do ponto de vista da operação – mas da geopolítica internacional do petróleo – início as buscas nos anos de 1920 e as jazidas dos EUA, caminhos pelos escândalos da Petrobrás desde os anos 50 até finalmente a operação Lava Jato. É a partir daí que começam as discussões sobre a operação e todos seus casos mais emblemáticos como a delação de Paulo Roberto Costa, o vazamento de áudios no impeachment, o caso Tacla Duran, a Vaza Jato e as recentes revelações das parcerias entre lava Jato e FBI.
Qual a linguagem adotada no documentário?
A série documental segue o estilo de montagem de meu canal – ou seja – vídeo-colagens audiovisuais sustentada por pesquisa histórica narrada – a diferença, desta vez, são as entrevistas, típicas do formato documentário.
A ideia é aproximar o espectador do “Universo da Operação Lava Jato” uma vez que apesar de ser bastante conhecido por todos, seus detalhes, aprofundamentos e sobretudo desvios jurídicos nunca são abordados de maneira didática. Essa é a intenção de minha série.
Vocês tiveram alguma dificuldade na produção?
A grande dificuldade de produção que enfrentei ao longo do processo é a mesma que enfrento com o canal: sou uma equipe de uma pessoa só. Claro que neste projeto em específico, dado seu tamanho e complexidade, pude contar com ajudas essenciais para produção deste documentário que não aconteceria exatamente sozinho.
Tanto na elaboração das artes, quanto na revisão de conteúdos também os entrevistados, porém, em linhas gerais, o processo de “mão na massa” é limitado a minha equipe formada hoje apenas por mim.
Isso dificulta bastante o tempo do processo, uma vez que desde a concepção da pesquisa, elaboração do texto, narração, captação de entrevistas, edição e o que gira em torno de um lançamento é feito de maneira quase artesanal e diante
O que também me permite por outro lado maior cuidado com processo e um grande aprofundamento na pesquisa e nas etapas do processo – mas, esta é a realidade do criador de conteúdo no Brasil – o que espero – possa ser transformado em ações como essa parceria com o Sindipetro-NF.
Assista ao primeiro episódio da série aqui: