Várias categorias de trabalhadores e diversos segmentos sociais realizam, no próximo dia 3 de outubro (terça-feira), um ato em frente ao prédio da Eletrobras, na Avenida Presidente Vargas, centro do Rio de Janeiro, para denunciar a privatização e desmonte das empresas e dos serviços públicos brasileiros. A concentração está prevista para 11h.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) convoca a categoria e seu coordenador, José Maria Rangel, destaca que o ato ganha “dimensão maior” diante do quadro de liquidação do Estado brasileiro pelo governo Michel Temer. A manifestação é organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.
“Diversas entidades estão abraçando esse ato, porque ele deixa de ser somente relacionado à Petrobras e passa a ser em defesa das nossas empresas públicas, que estão sendo entregues ao capital internacional, a partir do momento em que o presidente Temer coloca a privatização não só da Eletrobras, mas até da Casa da Moeda”, diz Rangel.
A data da manifestação é emblemática. No dia 3 de outubro de 1953, o presidente Getúlio Vargas sancionava a Lei 2004, que criou a Petrobras. “A Petrobras, principal empresa do país, completará 64 anos de existência e resistência à sanha dos entreguistas”, diz a FUP em sua página na internet. Após a concentração, os manifestantes farão uma caminhada até a sede do BNDES, e depois rumam à Petrobras, onde o ato será encerrado.
“Como o ato, queremos chamar a atenção da sociedade para o desmonte do Estado brasileiro, o que não é a primeira vez que acontece. Eles tentam passar a ideia de que o que é público é ruim e corrupto, e o que é bom é de fato ter a iniciativa privada à frente de todo o processo econômico”, afirma Rangel.
Segundo o dirigente, o período de maior turbulência econômica mundial das últimas décadas demonstrou a importância do Estado nas economias nacionais, particularmente a brasileira. “É importante lembrar que, durante a grande crise do capital em 2008, quando todo mundo sofreu duramente com o desemprego e taxas de inflação, nós brasileiros não sofremos tanto esse impacto, porque as empresas públicas, do Estado, entraram fortemente, financiando a geração de empregos.”
As principais empresas responsáveis pela atuação anticíclica do Estado brasileiro durante a crise mundial foram Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, a própria Petrobras e a Eletrobras. “Isso é uma demonstração da importância do Estado tem para o desenvolvimento de uma nação.”
Além do ato nacional no Rio de Janeiro, os petroleiros farão em outubro mobilizações regionais contra as privatizações “que colocam em xeque a soberania nacional”. Entre outras entidades, participam da manifestação do dia 3 no Rio bancários, eletricitários, moedeiros, comércio de minérios e derivados de petróleo e de Furnas, CUT, Dieese, Frente Brasil Popular, Plataforma Operária e Camponesa da Energia, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Em um dos mais recentes episódios do desmonte da Petrobras pelo governo Temer com a gestão de Pedro Parente, a companhia divulgou no dia 28 de agosto que venderá os direitos de exploração, desenvolvimento e produção em três conjuntos de campos terrestres, em um total de 50 concessões, nos estados do Rio Grande do Norte e Bahia. A empresa irá ceder 100% de seus direitos de exploração, desenvolvimento e produção.
Fonte: Rede Brasil Atual