Em defesa dos direitos dos trabalhadores, o Brasil vai parar no dia 29 de maio

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O Dia Internacional do Trabalhador foi marcado por manifestações classistas promovidas nas principais capitais do país pelas três centrais sindicais do campo da esquerda – CUT, CTB e Intersindical, em conjunto com movimentos sociais. Em São Paulo, mais de 50 mil trabalhadores participaram do ato, no Vale do Anhangabaú, onde foi lançada uma frente nacional e unificada de esquerda.

No Rio de Janeiro, o Primeiro de Maio contou com a participação do coordenador da FUP, José Maria Rangel, que convocou os trabalhadores à unidade para intensificar a luta contra a redução de direitos. “A classe trabalhadora não pode ficar de braços cruzados, esperando que a Dilma vete qualquer projeto. Ou a gente reage ou vamos ser taxados de covardes por não ter assumido essa batalha”, ressaltou, alertando que o ataque da direita é contra toda a esquerda.

Depois do PL 4330, Câmara aprova MP 665

Em apenas três meses, a classe trabalhadora sofreu violentos ataques a seus direitos, através de medidas aprovadas por um dos mais conservadores Congressos eleito no país. Sob o comando do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ), a Câmara aprovou a toque de caixa o PL 4330, que amplia a terceirização para as atividades-fim, e no último dia 06, a Medida Provisória 665, que restringe o acesso a benefícios previdenciários, ao seguro-desemprego e abonos salariais.

As MPs fazem parte do pacote de ajuste fiscal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que foram anunciadas pelo governo em 30 de dezembro do ano passado, sem qualquer debate com as centrais sindicais. As medidas mudam as regras de concessão, reduzindo direitos referentes ao seguro-desemprego, ao PIS-Pasep e benefícios previdenciários, como auxílio-doença, pensões, seguro-defeso e auxílio-reclusão.

Greve Geral

A CUT convocou para o dia 29 de maio nova paralisação nacional contra o ajuste fiscal que penaliza os trabalhadores com aumento de juros, desemprego, redução de direitos e retrocessos nas políticas públicas. Assim como no dia 15 de abril, quando os petroleiros e várias outras categorias cruzaram os braços para barrar o PL 4330, os trabalhadores irão parar novamente contra a retirada de direitos e a liberação da terceirização; em defesa da Petrobrás e do pré-sal; contra o golpismo da direita e o retrocesso; por uma ampla reforma política que acabe com o financiamento privado de campanhas.

 “Medidas de ajuste fiscal não podem ser feitas com prejuízos ao trabalhador, mas sim, com medidas que mexam no bolso dos mais ricos, como a taxação de grandes fortunas”, afirma Vagner Freitas, presidente da CUT. A paralisação do dia 29 será uma importante preparação para uma futura greve geral.