A greve de 24 horas em defesa da Petrobrás foi aprovada pelos trabalhadores da base do Sindipetro Unificado-SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo). Cerca de 91% dos 906 petroleiros que participaram das assembleias, que começaram dia 8 e terminaram ontem (16), foram favoráveis à paralisação, programada para a próxima sexta-feira, dia 24 de junho.
A direção do Sindicato define, nos próximos dias, em quais unidades da base será deflagrada a greve. Os locais deverão ser anunciados somente no dia 23, véspera da paralisação.
A mobilização, que está sendo votada pela categoria em todo o país, é indicação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) contra o projeto de lei do senador José Serra, que muda a lei de partilha de exploração do pré-sal, e o novo Plano de Gestão e Negócios da Petrobrás, que estabelece desinvestimentos, venda de ativos e redução de custos.
Além da greve de um dia, os trabalhadores votaram a favor das assembleias permanentes, do estado de greve e da contribuição assistencial de 2% da remuneração dos não associados nos meses de agosto e setembro para a campanha em defesa da estatal. A pauta do Unificado incluiu ainda a recomposição da diretoria do Sindicato nas regionais Campinas e São Paulo, proposta que também foi legitimada pelos trabalhadores.
As assembleias aconteceram nos nove terminais da Transpetro da base do Unificado (Guararema, Barueri, Guarulhos, São Caetano do Sul, Ribeirão Preto, Brasília, Senador Canedo – GO, Uberlândia e Uberaba – MG), Usina Termelétrica Luis Carlos Prestes (UTE LCP) e Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), ambas em Três Lagoas-MS, unidades de Campinas e Hortolândia da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TBG), Usina Termelétrica Fernando Gasparian – SP, sedes administrativas da Petrobrás em São Paulo (Edisp 1 e 2), sedes regionais do Sindicato (Campinas, Mauá e São Paulo), na Recap e Replan.
Somos contra
O novo Plano de Gestão e Negócios da Petrobrás é extremamente preocupante, segundo o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da empresa, Deyvid Bacelar. A proposta inclui a venda de ativos, na ordem de 57 bilhões de dólares, e cortes de 89 bilhões de dólares em despesas e investimentos. Além disso, coloca em risco milhares de empregos, principalmente os dos terceirizados da companhia e suas subsidiárias.
O projeto 131/2015, de autoria do senador José Serra, altera a lei de partilha, criada em 2010, e que determina exclusividade à Petrobrás na exploração do pré-sal e participação mínima de 30% em cada bloco licitado. O objetivo da proposta é mudar as regras e abrir espaço para a exploração da iniciativa privada sem participação da estatal. Pela lei de partilha, as empresas gerenciam e operam as instalações dos campos, mas o Estado detém a propriedade do petróleo. Ganha a concorrência, a empresa que oferecer maior lucro ao Estado.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo