Em conferência dos metalúrgicos, Lula defende contrato coletivo nacional. FUP relata experiência dos petroleiros

O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, foi um dos convidados da solenidade de abertura da 1ª Conferência Nacional de Negociação Coletiva, promovida pela Confederação nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em sua sede em  São Bernardo do Campo (SP).

Com informações da CNM e da Rede Brasil Atual

Os metalúrgicos da CUT definem nesta quarta-feira (07) as cláusulas que vão compor a pauta de reivindicações do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho (CCT), que será negociado já a partir das campanhas salariais do primeiro semestre de 2013. A definição da pauta acontece no segundo e último dia da 1ª Conferência Nacional de Negociação Coletiva, que reúne mais de 180 dirigentes sindicais de sindicatos de metalúrgicos filiados à CNM em todo o País. A entidade representa cerca de um milhão de trabalhadores. Foram convidados também sindicalistas de outras categorias que já têm contrato coletivo nacional de trabalho, como bancários, petroleiros e construção civil. A FUP está sendo representada pelo seu coordenador, João Antônio de Moraes.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente na abertura desta 1ª Conferência Nacional sobre Negociação Coletiva e afirmou que é necessário avançar nas discussões e buscar implementar o objetivo para ter uma sociedade mais justa.

“O sindicalismo mudou muito desde que eu comecei a luta. Hoje é necessário estudar, ler, discutir e se aprofundar mais nas temáticas. Por isso, este evento é muito importante para expor todas as vertentes desse tema. Os representantes de outras categorias, como bancários e petroleiros, podem servir de base para a categoria metalúrgica com suas experiências. Este tema é válido e muito importante para que o Brasil tenha uma sociedade mais igual e justa. O trabalhador de uma empresa daqui ganha muito mais do que um do Nordeste na mesma função, e isso não é justo”, afirmou Lula.

O grupo participa de seminários e mesas temáticas durante dois dias para construir uma pauta nacional a ser discutida com as entidades empresariais e com o governo, visando a acabar com as desigualdades salariais na categoria. Representantes de outras categorias como bancários, químicos, petroleiros, e construção civil a também foram convidados a discutir o assunto.

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, afirmou que é importante para o desenvolvimento do Brasil que haja um piso nacional para a categoria. “Estudos econômicos e sociais já demonstraram que o custo de vida e dos produtos é muito semelhante em todas as regiões do país. Por exemplo, o carro zero quilômetro custa o mesmo valor aqui ou no Amapá. Isso demonstra que é necessário rever a questão do salário também. Um torneiro mecânico aqui e lá estudou o mesmo tempo, tem a mesma carga horária e não tem os mesmos salários e benefícios. Se já fosse assim, com certeza o poder de consumo desses trabalhadores seria maior, como acontece com bancários e petroleiros, que já têm acordos nacionais.”

Sobre a presença do ex-presidente Lula, Cayres afirmou ser de extrema importância para o trabalho da categoria. “Foi uma honra tê-lo aqui. Conhecemos a competência e a inteligência dele, e este apoio nos dá mais força. Sabemos que não será fácil, já que a categoria possui setores diversos, mas estamos dispostos a conquistar esse avanço através de muitas reuniões e diálogo com as partes envolvidas, afirmou o sindicalista.”

O encontro ocorre até o final da tarde de quarta-feira e reunirá propostas que serão discutidas em futuras reuniões com o governo e empresários. Os sindicalistas se reúnem em três grupos temáticos: condições de trabalho e remuneração, relações sindicais e de trabalho, gestão da empresa e normas específicas de profissões, para discutir 2.632 cláusulas de 41 convenções coletivas da categoria. No final do evento farão uma plenária para aprovar esses itens.