Sindipetro BA
Bastante concorrida, a audiência pública que discutiu a redução dos investimentos da Petrobrás na Bahia, nesta segunda (20), no auditório da Assembleia Legislativa, reuniu sindicalistas, parlamentares, associações, federações e confederações. Além de dezenas de prefeitos de munícipios, que dependem diretamente dos impostos e empregos gerados pela Petrobrás.
O gerente geral da UO-BA, Tuerte Amaral, em sua explanação, garantiu que diversos projetos serão implantados até 2020 para manter a produção de óleo na Bahia, mas admitiu a redução na perfuração de poços no estado. O presidente da CUT, Cedro Silva, fez um discurso duro, lembrando que a Petrobrás tem que agir com responsabilidade social. Ele denunciou o aumento de mortes de trabalhadores, principalmente de terceirizados, no Sistema Petrobrás, como as que ocorreram no sábado, 19, na Bacia de Santos.
Para o coordenador geral do Sindipetro, Paulo César, “a grande tarefa nossa, o grande desafio, é mobilizar a sociedade civil em defesa dos investimentos da estatal e contra as tentativas de privatizar a empresa.”. Para ele existem várias provas de que está havendo redução de investimentos na Bahia, como a desativação das sondas, demissões de trabalhadores terceirizados, transferência de profissionais da Bahia para outros estados e a política de desativação da produção de campos maduros.
O diretor Deyvid Bacelar deu o tom da indignação dos petroleiros e do Sindipetro Bahia, ao questionar o GG da UO-BA – Tuerte Amaral – sobre a transferência para a Odebrecht do estaleiro de São Roque do Paraguaçu, das sondas marítimas que estão ou desativadas ou deixaram a Bahia e do parque de sondagem terrestre, praticamente inertes em vários municípios baianos.
O deputado estadual Rosemberg Pinto declarou que “não podemos ficar apenas com os investimentos atuais, é preciso investir mais, para reposicionar a Bahia no campo de petróleo, porque todos queremos o desenvolvimento e fortalecimento da Petrobrás.”
O petista foi enfático ao cobrar também da direção da Petrobrás que responda aos ataques diários que são feitos à empresa, pois o que está em jogo é a comparação do que foi realizado a partir de 2003 e antes desse período. Ele conclamou o governo da Bahia a encampar essa luta que “não é somente dos trabalhadores, mas da soberania nacional”.
O deputado federal Luiz Alberto, por sua vez, ressaltou que é “preciso mobilizar a sociedade e os empresários, pois esta não é uma questão só dos petroleiros. A saída da Petrobrás destas regiões trará um impacto muito grande, com perda de empregos e de receitas para os municípios”.
O assunto continuará a ser discutido em uma segunda audiência pública que acontece em Brasília, na quarta ( 22\5), quando será lançada a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás.
DECISÕES
1) Elaboração de um documento elencando todos os pontos abordados na audiência, para nortear os caminhos a serem traçados daqui para frente. O documento será assinado pelos parlamentares comprometidos com esta causa, Sindipetro e UPB.
2) Solicitação de uma audiência com o governador Jaques Wagner para apresentar o documento elaborado e engajar o Estado da Bahia nesta luta.
3) Solicitação de uma audiência com a presidente Graça Foster, quando todos os envolvidos, inclusive o governo do Estado, apresentarão o documento oficial e farão suas reivindicações.