por Camila Marins
Aconteceu, nesta segunda-feira (15/9), no Rio de Janeiro, um ato em defesa da Petrobras e do pré-sal brasileiro. O evento contou com a presença de movimentos sociais, sindicatos, centrais, jovens, mulheres, parlamentares e do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Devemos à engenharia brasileira a reconstrução da nossa indústria naval. Podíamos ter trazido alguém de fora, mas investimos na tecnologia nacional e, por isso, temos o nosso pré-sal . O petróleo é o nosso passaporte para o futuro desse país”, afirmou Lula.
De acordo com dados Censo da Educação Superior, as matrículas para os cursos de Engenharia no país tiveram um crescimento de 52% nos últimos quatro anos. Além disso, hoje, a engenharia brasileira é responsável pelo desenvolvimento de setores estratégicos como energia e indústria naval. “Hoje, temos filho de pedreiro se formando em engenharia; filho de doméstica se formando em medicina. Fizemos tudo isso sem o pré-sal. Imaginem o que ainda podemos fazer? Por isso, digo aos companheiros engenheiros, faxineiros, terceirizados e todos os trabalhadores da Petrobras: temos que ter orgulho da nossa Petrobras. Essa empresa é do povo brasileiro”, destacou Lula, ex-presidente da República.
O engenheiro e membro do Conselho Fiscal do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Luiz Cosenza esteve presente no ato e enalteceu o papel da engenharia brasileira para o desenvolvimento nacional. “A Petrobras é o orgulho da população brasileira e é uma das empresas que mais contrata engenheiros e técnicos. Defendemos o monopólio estatal, condições dignas para os trabalhadores e as trabalhadores e o fim das terceirizações”, afirmou Cosenza.
Um dos coordenadores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Leonardo Bauer resgata o contexto do setor elétrico brasileiro. “Não podemos permitir que o petróleo tenha o mesmo destino das hidrelétricas, que foram entregues ao capital privado. Não podemos permitir que essas mesmas relações imperem no setor petrolífero”, disse Leonardo. Após o apagão dos anos perdidos, o governo brasileiro tem tido o esforço de reduzir as tarifas e manter o controle estatal das concessões. No entanto, a intervenção do capital privado ainda é alta e o setor elétrico sofre com imensos problemas de gestão.
“Leilão é privatização. O petróleo é nosso e não abrimos mão”. Desta forma, a jovem e integrante do movimento Levante Popular, Priscila Melo iniciou sua fala, conclamando a juventude a somar na luta pelo petróleo. “Não podemos permitir o retrocesso e nós, da juventude, precisamos nos unir à classe trabalhadora em defesa da soberania nacional”, destacou Priscila. A defesa do petróleo também é pauta no campo e o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile afirmou que é preciso uma Petrobras sob controle dos trabalhadores. “Temos que lutar para que a Petrobras seja uma empresa verdadeiramente pública e patrimônio do povo brasileiro, para que seu lucro seja destinado à saúde, educação e reforma agrária. Nesse sentido, defendemos a suspensão de todos os leilões”, pontuou Stédile.
Ao final do ato, mais de 10 mil pessoas abraçaram a Petrobras ao som do hino nacional brasileiro.
Fonte: Fisenge