Eletrobrás completa 59 anos sob ameaça de privatização e com trabalhadores em estado de greve

Os sindicatos de trabalhadores da Eletrobras preparam uma greve de 72 horas, caso o projeto do governo Jair Bolsonaro de privatização da companhia entre na pauta de votações do Senado. É em meio a mais essa grave ameaça à soberania nacional, que a estatal completou 59 anos nesta sexta-feira, 11. A data foi marcada por protestos em atos vituais e presenciais, com participação da FUP e de entidades sindicais de ouras categorias, além de movimentos sociais.

Para denunciar os riscos que a privatização da Eletrobras impõe ao desenvolvimento nacional, o DIEESE divulgou nesta sexta o estudo Privatização da Eletrobras: risco para a soberania energética do país. O trabalho traz números da empresa, como participação na geração de energia e controle das linhas de transmissão no país, investimentos, lucros, número de trabalhadores e indicadores. Além disso, aborda a Medida Provisória (MP) 1.031, que deve aumentar a tarifa em 15%; principais emendas da Câmara; e um breve exemplo de como a geração de energia é considerada estratégica em outros países.

Greve nacional pode ser deflagrada dia 15

Em nota, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) informa que “os sindicatos dos trabalhadores da base do Sistema Eletrobras, inclusive os trabalhadores(as) da área de Operação reunidos em Assembleia Geral Extraordinária, ocorrida nos dias 25, 26 e 27 de maio de 2021, deliberaram por ESTADO DE GREVE, que culminará em greve por 72 horas a partir de zero hora do dia 15 de junho de 2021, devido ao agendamento da votação no plenário do Senado da República da proposta de privatização da Eletrobras, ao descumprimento dos Acordos Coletivos de Trabalho Nacional e Específicos, não renovação de Acordo Específico de trabalho e demissões de trabalhadores e dirigentes sindicais, em decorrência de interpretação da EC 103 nas Empresas do Sistema Eletrobras”.

Como condicionante para suspender a greve, a categoria exige a realização de reunião com o presidente do senado, Rodrigo Pacheco (​DEM-MG) e o relator da MP, senador Marcos Rogério (DEM-RO), a retirada de pauta da MP 1.031 e que a Eletrobras cumpra os Acordos Coletivos de Trabalho Nacional e Específicos, interrompendo as demissões pela EC 103.

“É importante ressaltar ainda que os serviços essenciais à população, conforme Lei 7.783/89 (Lei de Greve) serão mantidos e os casos emergenciais serão negociados com as federações e as Entidades Sindicais”, ressalta a nota da CNE.

[Imprensa da FUP]