Nesta manhã de greve por tempo indeterminado, os eletricitários da Grande BH saíram das portarias da Cemig e foram para a sede da empresa, no bairro Santo Agostinho. A avenida Barbacena, onde está a sede, foi tomada pelos trabalhadores. Eles se concentraram no local e depois sairam em passeata. Já no interior, os trabalhadores se concentram nos locais de trabalho, com faixas, cartazes e palavras de ordem.
O ano de 2015 começou cheio de promessas e expectativas com o “novo governo” prometendo “um futuro promissor para a Cemig”. Entretanto, após meses buscando mudanças, com inúmeras mesas temáticas, mas sem nenhum avanço, e até 14 dias de vigília tentando viabilizar soluções, não teve outro jeito: diante de tanta enrolação, os trabalhadores decidiram que agora é greve!
Com a maior participação registrada em assembleias neste ano, mais de 2.250 trabalhadores decidiram democraticamente iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (25), para que as reivindicações da categoria sejam levadas a sério.
O lucro da Cemig até o 3º trimestre deste ano foi de R$2,2 bilhões, acima do registrado no mesmo período de 2014. O resultado das assembleias mostra que os eletricitários não são bobos e que não irão aceitar a desculpa esfarrapada da Cemig de “crise econômica” para impor o arrocho e perdas aos trabalhadores.
“Começamos hoje a greve e o sucesso do nosso movimento depende do engajamento e combatividade de cada um de nós. Precisamos estar juntos e mobilizados defendendo o que é justo. Aumento real de 6% pela produtividade de 2014 e 4,87% pela produtividade de 2015, contratação imediata de 1.500 eletricistas aprovados no último concurso da Cemig, aprovados ,e assinatura de Acordo de Primarização e fim das terceirizações das atividades-fim, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com distribuição linear, garantia de emprego e o fim dos ataques aos nossos direitos, como o seguro de vida em grupo, a Forluz e a Cemig Saúde”, diz trecho de comunicado produzido pelo Sindicato.
“ Nosso movimento cobra do governador Fernando Pimentel os compromissos assumidos por ele e sua equipe na campanha eleitoral de 2014, em carta entregue aos eletricitários. Eleletricitários, vamos à luta! Chegou a hora de conquistar!”, registra outra passagem do texto.
Sem PCR não há “futuro promissor”
Uma das reivindicações da categoria nesta campanha é por um novo PCR, que garanta justiça na política salarial, desenvolvimento profissional e transparência na gestão das carreiras. O principal ponto é a garantia de assinar um acordo específico e que seja até outubro de 2016.
Mas a empresa ignora nossas prioridades. Na paralisação do dia 16 de julho, os eletricitários que participaram do último processo de seleção interna em 2014, com reduzida oferta de vagas, e que ficaram como excedentes, entregaram um documento com reivindicações à direção da Cemig, que assumiu o compromisso de apresentar uma resposta até setembro. Mas até agora a empresa não respondeu nada, mesmo contando com déficit de mão de obra qualificada em vários setores estratégico. Mais uma vez a Cemig aposta e incentiva a terceirização em vez de promover o quadro próprio.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindieletro-MG