Eletricitários de empreiteira contratada pela Cemig em Sete Lagoas paralisam atividades

Sindieletro MG

Os eletricitários da Engelminas que atuam na região de Sete Lagoas, em serviços na rede da Cemig, seguiram o exemplo de luta por dignidade e justiça. Mesmo com a atitude autoritária da empreiteira de chamar a Polícia Militar para registrar um Boletim de Ocorrência (BO), na tentativa de intimidá-los, o grupo de dezenas de trabalhadores da empresa, na cidade, seguiu em frente na disposição de paralisar as atividades nesta segunda-feira (8).

Os trabalhadores se concentram na portaria da empreiteira desde as 8h e cobram o pagamento do salário integral do mês de junho. A empresa só pagou R$ 400, sem dar qualquer justificativa e resposta aos apelos para que a remuneração seja integral. Segundo os eletricitários, se o pagamento não for efetivado nesta segunda-feira (8) eles vão, nesta terça-feira (9), para a portaria da Cemig em Sete Lagoas, protestar e pressionar para que a empresa, corresponsável pelas relações de trabalho, interceda para que a situação seja regularizada.

Este ano a empreiteira já atrasou os salários por três vezes. A categoria também cobra que as horas extras sejam todas pagas no contracheque e que o repasse do vale transporte seja regular. Segundo denúncias de trabalhadores, a Engelminas paga no contracheque apenas parte das horas extras e também atrasa constantemente o vale transporte. Procurados, gestores da empreiteira foram blindados por um funcionário da administração, que disse não saber onde se encontram e nem ter o telefone de contato deles. Já a Cemig disse que não foi repassado todo o valor da fatura deste mês para a Engelminas, por causa de algumas pendências, sem informar se o motivo é devido às irregularidades.

“Ninguém fala nada com a gente, só ficam nos enrolando. O supervisor só sabe nos dizer mentiras, falando que vai resolver, mas não resolve. A Cemig fica surda e muda. Não aguentamos mais, por isso a gente paralisou as atividades, está muito difícil trabalhar com as contas em atraso, com os credores atrás da gente e as esposas desesperadas sem dinheiro nem para a comida”, desabafou um trabalhador. Outro disse que os riscos de acidentes para os eletricistas aumentaram, visto que ninguém está trabalhando com a tranquilidade necessária. “Subir no poste com a cabeça quente, com tantos problemas financeiros, está sendo muito perigoso”, alertou um eletricitário da Engelminas.

Em dezembro de 2012 e inicio de 2013, o Sindieletro teve que intervir para garantir que os trabalhadores da Engelminas recebessem seus salários, o adiantamento salarial de novembro e dezembro, o vale-alimentação na sua integridade, as horas extras e que pudessem programar as férias de forma a não ficarem no prejuízo. Agora, o Sindicato novamente age para garantir os direitos dos eletricitários. Já a Cemig fica na sua zona de conforto, não fiscaliza, lava as mãos e só busca o lucro.