Em entrevista ao jornalista Bob Fernandes, da TVE da Bahia, nesta terça-feira (27), a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff reafirmou que foi vítima de um golpe parlamentar. “Eles estão confessando o golpe. A última confissão foi feita pelo presidente ilegítimo e usurpador, atual no cargo, que disse o seguinte: nós fizemos o impeachment para aplicar o programa ‘Uma ponte para o futuro’”, destacou Dilma.
A presidenta disse também que não acredita na possibilidade de prisão do ex-presidente Lula. “Não acredito que eles cometam este absurdo, não porque sejam bons, mas acredito que também não são burros”, salientou Dilma.
“Acho que transformará a prisão de uma pessoa visivelmente injustiçada em um herói. Acho que eles não irão querer. Acho que a estratégia é inviabilizá-lo para 2018. O golpe só se completa com isto”, frisou. “As forças que deram o golpe têm muito interesse que ele seja julgado e condenado. Eles tiram o Lula do jogo e se livram da Lava Jato”, acrescentou.
A presidenta afirmou ainda que a plataforma que o PMDB tenta impor, retirando direitos dos trabalhadores, não teve o aval das urnas na eleição que a reelegeu.
Por outro lado, Dilma afirmou ter orgulho do governo que fez.. “Me orgulho do pré-sal, do Minha Casa, Minha Vida, do Pronatec, de todo o processo de inclusão que fizemos, das obras de infraestrutura”, disse.
Dilma voltou a criticar a prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, enquanto estava acompanhando sua mulher numa cirurgia de tratamento de câncer, revogada cinco horas depois. Para a presidenta, a Lava Jato ignorou a presunção da inocência e expôs o ex-ministro a uma condenação antecipada e pública.
“Prender o Guido Mantega é expô-lo a uma condenação que não existe, é a condenação da mídia, e a distorção que essa publicidade dá. Lamento imensamente a prisão dele dentro de um hospital. A senhora dele está lutando contra um câncer desde o final de 2013”, destacou, reafirmando que defende que todos sejam investigados. “Por que prender o Mantega e deixar o Eduardo Cunha solto?”, questionou, apontando a “seletividade” da operação.
Em outro trecho, Dilma disse que uma das coisas que mais a magoaram, ao longo do processo de impeachment, foi ser acusada de ter matado um cachorro.
“Tinha e teve um viés misógino, machista em relação à figura que construíram de mim. Suportei muitas coisas. Uma das coisas que fiquei extremamente magoada foi a história do cachorro. Eu nunca deixei de ter cachorro, tive a vida inteira. Eu tinha cinco cachorros, todos eles eu herdei, dois foram do ex-presidente Lula, eu os criei, o meu tinha 13 anos, e uma que eu peguei na rua, uma que eu ganhei. O meu cachorro de 14 anos era um labrador, fiz de tudo para ele não morrer, mas aí ele teve duas doenças, por isso que ele foi sacrificado. Aí virei assassina de cachorro.”
Do Portal Vermelho, com informações do Brasil 247