Eleições nos Sindipetros NF e RJ refletem dois projetos opostos de sindicalismo

 

Os resultados das recentes eleições no Sindipetro-NF e no Sindipetro-RJ, duas de nossas principais bases sindicais,  devem servir de reflexão para a categoria. Cerca de 70% dos trabalhadores do Norte Fluminense são sindicalizados e mais de 60% compareceram às urnas. Já no Rio de Janeiro, que tem o dobro dos petroleiros do NF, somente 15% são filiados ao sindicato e menos de um terço participou da eleição.

Não faz tanto tempo assim, o Sindipetro-RJ tinha 80% da base sindicalizada, um dos maiores índices do país. A desfiliação massiva não é só resultado de uma grave crise de representação sindical. Manter os trabalhadores longe do sindicato é uma velha tática das direções pelegas para preservar seus feudos eleitorais.  Prova disso é que dos 30% de sindicalizados que foram às urnas no Rio de Janeiro, 10% preferiram invalidar o voto. Isso nunca havia acontecido na história do movimento sindical petroleiro. Foram 172 cédulas brancas e 24 nulas, em um total de 1.851 votos.

No Norte Fluminense, o caminho escolhido pelos trabalhadores foi o oposto. Seis em cada dez petroleiros sindicalizados fizeram questão de votar e apenas 0,08% dos votos foram invalidados. O protagonismo dos petroleiros do NF nesse processo eleitoral reafirmou a importância e a força de um sindicato atuante, classista e combativo.  No Rio de Janeiro, o resultado das urnas revelou exatamente o contrário: a inércia de um sindicato que ficou refém de disputas partidárias e deixou os trabalhadores sem direção, sem propostas e sem perspectivas.

Fonte: FUP