Eleição de Ollanta põe fim a 20 anos de neoliberalismo no Peru

Assim como ocorreu no Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Venezuela, o Peru interrompe um ciclo de governos neoliberais…





Imprensa da FUP

A vitória do socialista Ollanta Humala nas eleições peruanas fortalece e amplia as forças progressistas na América Latina, continente que vive nos últimos anos importantes transformações sociais e políticas. Assim como ocorreu no Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Venezuela, o Peru interrompe um ciclo de governos neoliberais e dá um basta ao projeto das elites de privatizações e desregulamentação de setores estratégicos da economia. Ollanta foi eleito pelos pobres e indígenas, que há 20 anos sofrem as conseqüências de 20 anos de neoliberalismo, período em que a economia do Peru cresceu às custas do enfraquecimento do Estado, controlado pelas multinacionais e elites brancas, que se beneficiaram com as privatizações e expropriações de petróleo, gás e minérios (o país é o maior produtor mundial de cobre e zinco e um dos principais produtores de ouro, prata, chumbo, estanho e telúrio). O resultado é um país com imensas desigualdades sociais, extrema concentração de renda, desemprego, fome e desmantelamento dos serviços públicos.   

A disputa nas urnas foi acirrada e Ollanta teve que resistir às mentiras e armações da mídia conservadora do Peru, que, lá como cá, é defensora dos interesses das elites e apoiou abertamente a filha de Fujimori, o ex-presidente que protagonizou um golpe político nos anos 90 para manter-se no poder e teve na época o apoio do tucano FHC. Fujimori está preso, mas, mesmo assim, orquestrou toda a campanha da filha, com apoio da mídia. A vitória de Ollanta, portanto, é mais um passo fundamental para consolidar a integração da América Latina e o papel cada vez mais estratégico do continente na geopolítica mundial.