Editorial da FUP sobre o abono pago pela Petrobrás aos gerentes e demais funções gratificadas

Leia o posicionamento da FUP, publicado no Primeira Mão 950, sobre o vergonhoso abono que a Petrobrás pagou aos gerentes…





Imprensa da FUP

Leia abaixo o editorial da FUP, publicado no boletim Primeira Mão 950, sobre o vergonhoso abono que a Petrobrás pagou aos gerentes, coordenadores, supervisores e consultores, às vésperas da campanha salarial:

Quem são os "amigos do rei"?

A Petrobrás é uma empresa estatal, que deveria ser exemplo de responsabilidade social e honrar os compromissos assumidos com os trabalhadores e representações sindicais. O abono vergonhoso pago às funções gratificadas expõe de forma nua e crua as contradições da gestão da Petrobrás. Os "amigos do rei" que a empresa privilegia são os mesmos que criam dificuldades jurídicas e burocráticas para colocar em prática um sistema que garanta a proteção das verbas rescisórias dos trabalhadores terceirizados.

Os "amigos do rei" que a empresa privilegia são também os mesmos que desrespeitam as normas de segurança e as ditas "diretrizes de SMS" para garantir as metas de produção, colocando em risco a vida dos trabalhadores. É com a anuência destes "amigos do rei" que a subnotificação de acidentes tornou-se crônica na Petrobrás, através de uma gestão que incentiva a insegurança ao permitir absurdos, como altas médicas com restrições de função, equipamentos operando a plena carga e sem manutenção, plataformas e refinarias com efetivos de segurança reduzidos, trabalhadores sem treinamento adequado, entre outras mazelas que já causaram a morte de 283 petroleiros nos últimos 15 anos, dos quais 228 eram terceirizados.

Muitos dos "amigos do rei" que a Petrobrás privilegia com abonos são os mesmos neoliberais que tantas e tantas vezes apoiaram e ainda apóiam a privatização da empresa. São figuras que seguem a mesma cartilha de Rodolfo Landim, Paulo Mendonça, Reinaldo Belotti, entre outros executivos da Petrobrás que foram "comprados" pelo mercado. Gestores que nunca tiveram compromisso com a estatal, muito menos com o país, o que comprova que bônus, abonos e gratificações extras não são instrumentos de retenção de gerentes. O que mantém estes profissionais na empresa é a ética e o comprometimento com os valores e a missão da Petrobrás.

Portanto, é no mínimo provocação com a categoria, os dirigentes da empresa incentivarem a divisão e a discriminação, permitindo privilégios vergonhosos como abonos gerenciais. Este tipo de postura não condiz com o atual momento que o Brasil vive, muito menos com o papel que a Petrobrás desempenhará como operadora única do pré-sal. É, acima de tudo, um desrespeito com as representações sindicais, a empresa fazer apologia da remuneração diferenciada em plena campanha salarial. Os trabalhadores responderão como sempre, com mobilização.