A FUP e seus sindicatos estarão presentes à Marcha, que tem como um dos principais eixos a luta pela estatização de todo o petróleo e gás do Brasil…
Em entrevista coletiva com a imprensa, o presidente da CUT, Artur Henrique, e a secretária nacional de Comunicação da Central, Rosane Bertotti, apresentaram as principais lutas e propostas que compõem a pauta cutista para a 6ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora. A Marcha ocupará nesta quarta, dia 11, as principais avenidas de Brasília com 40 mil militantes, segundo projeção apresentada por Artur durante a entrevista.
A FUP e seus sindicatos estarão presentes à Marcha, que tem como um dos principais eixos a luta pela estatização de todo o petróleo e gás do Brasil e o fortalecimento da Petrobrás como empresa 100% pública. Veja a seguir os principais trechos da coletiva:
Democratização dos meios de comunicação
Rosane abriu o encontro com os jornalistas destacando que o País passa por um período muito fértil de democratização das relações sociais, que pode avançar mais, segundo a dirigente. "Nesse contexto vai ocorrer em dezembro a Conferência Nacional de Comunicação, em que vamos discutir os rumos da democratização dos meios de informação. Conclamos vocês, como profissionais de imprensa e cidadãos, a acompanhar e participar", disse.
Redução da jornada de trabalho
Artur colocou em primeiro plano a pauta unificada das centrais para a 6ª Marcha, com prioridade para a redução da jornada de trabalho sem redução de salários. "Além de gerar mais de 2 milhões de empregos, a jornada vai contribuir para que os trabalhadores e trabalhadoras invistam em sua qualificação. E nisso, até os empresários deveriam apoiar".
Pré-sal
Logo em seguida Artur listou o novo marco regulatório para o petróleo brasileiro como essencial para a CUT e o movimento social como um todo. "Defendemos que o fundo social que vai gerir o dinheiro preveja investimentos na reforma agrária e na seguridade social, além dos programas que o governo federal já propôs".
Reforma agrária
"E falando em reforma agrária, está em nossa pauta os temas ligados à reforma, em especial o limite de propriedade da terra, a criação de novos índices de avaliação de produtividade da terra e a aprovação da PEC do trabalho escravo, que está parada em banho-maria no Congresso", afirmou.
Audiências com parlamentares
O presidente da CUT também informou que já estão confirmadas audiências com o presidente da Câmara, Michel Temer, para as 13h30 de amanhã. Com José Sarney, a audiência está marcada para as 15h30. "Temos convicção que vamos ter audiência com Lula, mas estamos apenas esperando confirmar a hora da audiência".
Reajuste das aposentadorias
O assunto que ocupou maior espaço na conversa foi o projeto de mudanças nas aposentadorias defendido pela CUT. Os jornalistas presentes receberam material impresso – a cartilha da CUT e tabelas preparadas para ilustrar os avanços. Artur destacou que em primeiro lugar é necessário garantir a aprovação da lei que regulamenta a política de valorização do salário mínimo e, dessa maneira, assegurar aumentos reais anuais para 70% das aposentadorias.
Fator previdenciário
"Estamos também propondo condições objetivas de superar o fator previdenciário, através da fórmula 85/95, e queremos um projeto de recuperação permanente das aposentadorias acima do salário mínimo, e não somente um reajuste pontual no ano que vem. Vamos nos utilizar dessa 6ª Marcha também para insistir junto ao governo e ao congresso que nosso projeto, acordado com o governo e a Força Sindical, seja implementado", completou Artur.
Indagado sobre o suposto rombo da Previdência e o impacto que os aumentos propostos pela CUT teriam sobre as contas, Artur afirmou: "Não há rombo, o que há é uma visão estreita que não consegue entender a composição do orçamento da Previdência. E nossa proposta amplia a base de contribuição, incluindo mais brasileiros no sistema, e sabemos que essa inclusão é o caminho para garantir a saúde das contas da Previdência no futuro".
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