Vítima da irresponsabilidade dos gerentes da Reduc, tantas vezes denunciadas pelo Sindipetro Caxias e pela categoria, Cabral poderia estar entre nós se não fosse essa política criminosa de SMS da Petrobrás e o desprezo da empresa pela vida de seus empregados.
Desde 2013, a inspeção de equipamentos havia recomendado à gerência da Reduc a troca do teto do reservatório que na época já estava totalmente comprometido pela corrosão. Um ano depois, em 2014, o Ministério do Trabalho confirmou as condições precárias de manutenção dos tanques da refinaria e chegou a interditar alguns deles.
Apesar disso, os tanques continuaram funcionando sem manutenção. Para os gerentes, o lucro dado por um tanque ativo, mesmo malconservado, é mais importante que a nossa segurança.
No dia 31 de janeiro, Cabral estava executando mais um procedimento rotineiro de medição do tanque quando o teto de um deles cedeu sob seus pés. Quantos de nós já não fizemos o mesmo trabalho? Quantas vezes já não subimos naquele mesmo tanque?
O pior é que existem vários tanques nas mesmas condições, escadas deterioradas e postes quase caindo.
Agora, depois que Cabral morreu, é que os gerentes tomaram a iniciativa (ou foram obrigados?) de proibir a passagem por cima de alguns tanques. Como disse a esposa de um trabalhador da Reduc, “a Petrobrás está tentando culpar Luiz Cabral pelo que aconteceu. Estão tentando mudar a história. Além do erro absurdo que cometeram estão sendo covardes. Apesar da morte, não fazem nada par melhorar os perigos que os funcionários estão passando lá dentro. Trabalhar nessas condições no século 21 é zombar das leis trabalhistas”.
A morte de Cabral não será esquecida nem ficará em vão! Vamos até o fim na investigação e na punição dos responsáveis por esse crime.
A nossa vida está acima do lucro!
Fonte: Sindipetro Caxias