Nesta sexta-feira, 18, diretores do Sindipetro-NF participaram de uma audiência pública realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para debater as condições de saúde dos profissionais petroleiros durante a pandemia de coronavírus.
Na ocasião, o sindicato aproveitou a oportunidade para frisar que os petroleiros estão sendo constantemente expostos à contaminação, e as empresas petroleiras não fazem o devido trabalho de prevenção.
O assessor médico do Departamento de Saúde do Sindipetro NF, Ricardo Garcia, explicou a dinâmica de trabalho dos petroleiros e o risco que correm, bem como falou sobre a atuação das empresas. “Os funcionários embarcam de helicóptero, então a aglomeração já está feita. Além disso, estão sendo feitos testes rápidos pelas empresas, notoriamente ineficientes. Deveria ser feita a testagem molecular, antes, durante e depois do embarque. Além disso, os funcionários sofrem com problemas psíquicos. Se já tinham uma jornada de trabalho muito grande e exaustiva, agora os profissionais convivem com o medo de voltarem para suas casas e contaminarem suas famílias”, relatou.
Já o diretor e coordenador de Saúde e Segurança do Sindipetro NF, Alexandre de Oliveira pontuou que os petroleiros não estão bem definidos nos grupos de vacinação prioritária contra a covid-19: “Para a Marinha, aquaviário é quem conduz embarcações, logo os petroleiros estariam fora desse grupo de vacinação. Também há muita controvérsia se somos considerados portuários, também prioritários em alguns locais, assim como os industriários”.
Após ouvir o relato dos petroleiros, a coordenadora de Vigilância e Promoção da Saúde, da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS) da Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ), Eralda Ferreira, destacou a importância da identificação da ocupação profissional nos registros de contaminação pelo coronavírus. “Assim, será possível entender as categorias mais expostas”, explicou.
Na ocasião, a presidente da Comissão de Saúde, a deputada Martha Rocha (PDT) disse que a comissão pode fazer interlocuções com o Ministério Público, com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) e com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems-RJ), já que a atuação dos petroleiros alcança diversos municípios do estado.
“É nosso papel fazer com que outros organismos conheçam o processo de aflição dos petroleiros e suas demandas justas e necessárias, para que tenhamos uma solução para essa situação”, declarou.
[Da imprensa do Sindipetro NF]