Na sexta-feira (01.09), o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da Petrobrás, Nelson Silva, visitou a Recap e apresentou aos trabalhadores alguns resultados de sua área de atuação. O executivo defendeu a política de desmanche e privatização e afirmou que os trabalhadores “têm de se habituar com as mudanças”, em um declarado insulto à história de luta dos petroleiros em defesa da empresa pública voltada para o desenvolvimento nacional, em vez de uma empresa de mercado.
Com sua visão focada apenas no mercado globalizado, o diretor atribuiu grande parte do endividamento da Petrobrás à política de subsídios de preços dos combustíveis dos governos anteriores. Defendeu a venda de ativos como medida para levantar a empresa e, numa infeliz tentativa de conquistar a plateia, disse que com essa medida “poderemos pagar os acionistas e até pagar a PLR”, como se isso fosse garantia de emprego e direitos.
Com relação às parcerias, garantiu que são muitas no EP e na Distribuição e quase nenhuma nas refinarias. Segundo ele, essa área não tem despertado o interesse por não ser um ativo vantajoso.
Questionado sobre como ficam os funcionários com essas parcerias, Silva respondeu que “todo petroleiro é um nômade” e “por isso foi criado o Mobiliza”. Para o executivo, o EP ainda precisa de muita gente e serão oferecidas oportunidades a todos que mereçam. Ele alertou (ou ameaçou?), entretanto, que quem insistir em ficar no mesmo lugar poderá ser desligado da empresa.
Silva rebateu ainda a concepção de que a Petrobrás está vendendo as joias da coroa. “Estamos potencializando os ativos para obtermos um melhor preço de venda no mercado”, argumentou. As ditas joias que ele entende que devem ser conservadas seriam as parcerias do EP no pré-sal.
A passagem de Nelson Silva pela Recap foi desastrosa, arrogante e só irritou ainda mais os trabalhadores.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo