Direção Plena da CTB declara apoio a Dilma

Segundo a Central, somente a eleição de Dilma será capaz de “dar novo impulso ao processo de mudanças”…





Vermelho

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) vai apoiar, formalmente, a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à Presidência da República. A decisão foi oficializada na última quarta-feira (30), em São Paulo, durante reunião da Direção Plena da entidade.O apoio a Dilma se baseia na resolução política elaborada pelos dirigentes cetebistas, que destacaram a necessidade de apoiar a única candidatura capaz de dar continuidade ao projeto iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o documento, somente a eleição de Dilma será capaz de “dar novo impulso ao processo de mudanças”.

“A CTB reconhece que, no campo progressista, a candidatura de Dilma Rousseff é a que reúne condições políticas efetivas para derrotar o candidato neoliberal do DEM/PSDB/PPS, José Serra”, diz um dos trechos do documento aprovado pela Direção Plena e divulgado nesta segunda-feira (5).

A proposta foi trazida à reunião pelo presidente da central, Wagner Gomes, que destacou o caráter singular das eleições de outubro. “Teremos uma batalha eleitoral de grande porte, na qual veremos uma grande polarização no país. Será um cenário em que de lado estarão as forças que representam o retrocesso, um retorno ao neoliberalismo, enquanto do outro teremos uma defesa e a possível continuidade das conquistas obtidas ao longo do governo Lula.”

De acordo com Wagner, a CTB e o movimento sindical brasileiro não podem se abster de tomar posição nessa disputa. “Esse apoio será a continuidade do projeto político já deliberado pela CTB em seus 1º e 2º Congressos, sem deixar de levar em contas as críticas que temos feito a certos posicionamentos do governo”, destacou. Nesse sentido,

Leia abaixo a íntegra da Resolução Política:

 

A CTB TEM LADO!

As eleições gerais de 2010 põem em confronto direto dois projetos políticos antagônicos. De um lado, a aliança de partidos, movimentos populares e setores sociais, defensores da continuidade e do aprofundamento das mudanças. De outro, a aliança conservadora e de direita das legendas e segmentos econômicos que sustentaram e se beneficiaram do governo neoliberal de FHC.

Em meio a essa polarização, a Direção Plena da CTB nacional, reunida em São Paulo para sua 5ª reunião ordinária, entende que o Brasil precisa aprofundar e desenvolver o ciclo de crescimento iniciado pelo atual governo, para continuar trilhando o caminho da soberania nacional, da democracia, da valorização do trabalho e da integração regional. Esse processo exige ampla unidade de forças políticas e sociais, em torno de uma plataforma de lutas e de uma candidatura com proposta programática que lhe sustente.

Nesse sentido, a CTB reconhece que, no campo progressista, a candidatura de Dilma Rousseff é a que reúne condições políticas efetivas para derrotar o candidato neoliberal do DEM/PSDB/PPS, José Serra, e dar novo impulso ao processo de mudanças inaugurado pelo presidente Lula e seus aliados.

A CTB, como uma das protagonistas na elaboração e realização da 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora Brasileira, não tem dúvidas sobre a necessidade imperiosa de evitar retrocessos políticos e de avançar no rumo das mudanças.
Não há meio termo nesse embate, no qual os trabalhadores têm posição bem definida. Por isso mesmo, a CTB, que representa seis milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o Brasil, fará parte dos esforços na busca pela eleição da primeira presidenta do Brasil.

Convicta dessa decisão e munida com sua independência política, a CTB, ao proclamar o apoio à candidata Dilma Rousseff, elege a plataforma programática da 2ª CONCLAT, a “Agenda da Classe Trabalhadora”, que aponta a execução de um novo projeto nacional de desenvolvimento soberano e sustentável, sistematizada em torno de seis eixos centrais para superarmos os graves obstáculos estruturantes em nosso país.

O Brasil, que já atravessou dois ciclos econômicos — o que formou o Estado nacional e o que introduziu o país na sua relativa industrialização a partir de 1930 —, precisa e pode dar um salto na direção de seu terceiro ciclo civilizacional.

Apesar de tais estágios terem alcançado dimensões estratégicas para a nação, não podemos constituir um novo padrão que repita os limites daqueles modelos. Não defendemos qualquer padrão de desenvolvimento, mas sim aquele que tenha em sua centralidade a valorização do trabalho. A realização dessa agenda só será possível com uma nova maioria política no Brasil e, para isso, a classe trabalhadora deve ser a maior protagonista política.

Dentro desses eixos, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, uma reforma tributária, reforma agrária que desconcentre a renda e a terra, além de uma política agrícola focada na agricultura familiar, continuarão sendo bandeiras importantes, das quais não abdicaremos na disputa política em curso.

Continuaremos também a defender o fortalecimento da organização sindical prevista no Art. 8º de nossa Constituição, destacando a unicidade sindical e o financiamento classista e autônomo das entidades sindicais, inclusive com a contribuição sindical e a mais repleta democracia nos locais de trabalho — sendo indispensável, para isso, a constituição e a legalização dos comitês sindicais de base.

Além do posicionamento que ora assumimos na disputa presidencial, também desenvolveremos esforços pela ocupação de espaços políticos mais amplos, nos diferentes níveis do Poder Legislativo. Apoiaremos a eleição de companheiros e companheiras com comprovada história e trajetória de lutas, a fim de garantirmos a mais ampla vitória política e eleitoral para os trabalhadores e o povo brasileiro.

Mãos à obra.

São Paulo (SP), 30 de junho de 2010.
Direção Plena da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil