Dilma recebe presidentes de centrais, discute novas regras da poupança mas não debate a pauta dos trabalhadores

CUT

Escrito por Marise Muniz

Presidenta diz que a pauta da reunião era uma só: alteração nas regras da poupança

No início da audiência que a presidenta Dilma Rousseff realizou, nesta quinta-feira (3), em Brasília, com representantes de centrais sindicais, os dirigentes da CUT – Artur Henrique, presidente; e Vagner Freitas, secretário de Finanças – perguntaram se já havia decisão do governo sobre a isenção do imposto de renda na PLR e também sobre o fim do Fator Previdenciário.

Dilma disse, então, que a pauta da reunião era outra e tinha um único item: as mudanças nas cadernetas de poupança. Ela também queria pedir o apoio do movimento sindical à medida. A presidenta argumentou que a mudança era importante em função “do momento que estamos vivendo”.

Após a cobrança da CUT, Dilma determinou que os ministros Gilberto Carvalho e Brizola Neto, da Secretaria Geral da Presidência da República, e do Ministério do Trabalho e Emprego, respectivamente, conversassem com os sindicalistas o mais rápido possível sobre a pauta dos trabalhadores.

A reunião com os dois ministros para discutir a pauta dos trabalhadores, que tem itens como a isenção do IR na PLR, fim do Fator e 40 horas, dentre outros, foi marcada para a próxima terça-feira, dia 8, as 11h00.

Nova regra da poupança

A presidenta Dilma Rousseff disse para os sindicalistas que o governo não vai mexer na remuneração das atuais poupanças. Isto significa que a nova regra não será aplicada na remuneração dos cerca de R$ 100 milhões que já estão depositados. Vale apenas para os novos depósitos que forem feitos e para as novas poupanças que forem abertas.

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, “o fato do governo não mexer nas poupanças atuais é positivo, afinal, todos os direitos serão preservados”. Artur disse, porém, que a direção da central ainda vai analisar o impacto das medidas em outros fundos para poder falar com conhecimento de causa sobre a medida.

Segundo Dilma, a remuneração da poupança será alterada toda vez que a taxa básica de juros ficar abaixo de 8,5% ao ano – a taxa hoje está em 9% ao ano. Quando a Selic estiver abaixo de 8,5%, a poupança será remunerada pela TR (Taxa Referencial) mais 70% da Selic. Quando a taxa básica estiver igual ou acima deste patamar, a regra atual de remuneração da aplicação – de TR mais 0,5% ao mês – será mantida.