Diretores do Sindipetro-NF estiveram reunidos, ontem, com representantes da Petrobrás para apresentar demandas da categoria em relação à falta de efetivos nas unidades. A reunião foi solicitada pela entidade, por meio de ofício, após relatos dos petroleiros e petroleiras de P-20, do campo de Marlim, sobre efetivos baixos na plataforma. A empresa assumiu os problemas relacionados à P-20 e afirma que os efetivos foram recompostos no último dia 26.
O diretor do NF, Johnny Souza, registrou na reunião que os efetivos nas salas de controle remoto (SCR) também estão baixos, com geração de muitas horas extras. “Há áreas, não especificamente em Marlim, onde por exemplo só há um operador no controle em terra. O que torna impossível da pessoa sequer ir ao banheiro”, relata o sindicalista.
Outro que também apresentou pontos críticos na reunião sobre efetivos foi o diretor Benes Júnior, que questionou sobre a previsão de profissionais para cobrir férias e sobre utilização de um índice de afastamento para o cálculo do efetivo (e qual abrangência desse índice). A empresa ficou de apresentar dados e aprofundar o assunto em uma próxima reunião.
O diretor Anderson Gonçalves também questinou sobre dados do efetivo e sobre uma previsão de adequação, com preocupação especial em relação aos impactos sobre a segurança no trabalho. A companhia, por meio dos seus representantes, respondeu que os efetivos das unidades desmobilizadas irão compor os das unidades em desmobilização. E que há um esforço para que nenhum trabalhador tenha seu regime alterado.
A sobrecarga de trabalho provocada pela existência do operador mantenedor e programas como o Adote uma RTI foi lembrada pelo diretor sindical Marcelo Nunes, que também questionou a empresa sobre redução nas equipes de EOR, outro ponto que ficou para aprofundamento em novo encontro.
Na avaliação da entidade, embora sejam grandes os avanços no diálogo com a empresa, ainda há muitas heranças da gestão anterior a serem superadas. “Como recado final ficou evidente que os direcionamentos da política da gestão anterior impactaram negativamente vários aspectos relacionados não só com a segurança como também com a produtividade e o papel da Petrobrás como líder em tecnologia e referência em inúmeros aspectos para o setor”, relata Johnny Souza.
Para ele, “ficou evidenciada a necessidade de se rever a política de efetivos que foram relegados pela gestão anterior, como também podemos citar a desmobilização de unidades Próprias e a substituição por unidades Afretadas, sendo isso na opinião do Sindipetro-NF uma desvalorização da empresa. Pois a mesma deixa de desenvolver com sua força de trabalho a sua atividade fim. Sendo esta muito mais uma decisão política do que econômica. Pois o que é rentável para os acionistas rentistas de curto prazo, normalmente é danoso a saúde da Petrobrás, seus trabalhadores e para a sociedade”.
[Da imprensa do Sindipetro NF]