Dia Nacional de Lutas: Em defesa do emprego e direitos, centrais realizam mobilizações simultâneas em todo o Brasil

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Naquarta-feira, 28, as centrais sindicais deram inicio ao que pode se tornar uma série de protestos contra as recentes medidas econômicas do governo. O Dia Nacional de Luta em Defesa do Emprego e Direitos foi marcado por manifestações realizadas em várias capitais, sendo a principal em São Paulo, onde mais de cinco mil trabalhadores de diversas categorias lotaram a Avenida Paulista, empunhando bandeiras, faixas e cartazes, para cobrar do governo a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que mudaram as regras de acesso a direitos como seguro desemprego, abono salarial (Pis- Pasep), auxílio doença e o seguro defeso.

A mobilização organizada pela CUT, CTB, CSB, Força Sindical, NCST e UGT também questionou os rumos da política econômica adotada pelo novo ministro da Fazenda, que pode levar o país à recessão.

As centrais garantiram que não sairão das ruas e realizarão nacionalmente a Marcha da Classe Trabalhadora, no próximo dia 26 de fevereiro, quando entregarão uma pauta de reivindicações ao Executivo federal, aos governos estaduais e ao empresariado. Entre elas, o fim do fator previdenciário; redução da jornada para 40 horas semanais; fim do Projeto de Lei nº 4330/04, que amplia as terceirizações; correção da tabela do Imposto de Renda; mais investimentos em saúde, educação e segurança. 

Petrobrás é patrimônio do país

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A Petrobrás é responsável por 13% do PIB e 20% dos investimentos no Brasil, segundo Cibele Vieira, coordenadora geral do Sindipetro Unificado-SP, que também representou a categoria no ato em São Paulo. Para ela, é preciso fortalecer a estatal e não deixar que funcionários envolvidos em escândalo sejam confundidos com a totalidade dos trabalhadores ou com a empresa.

Só nos metalúrgicos da indústria naval foram criados 80 mil empregos, segundo Cibele, porque a Petrobrás começou a fazer plataformas e navios no Brasil. O bloqueio das empresas brasileiras citadas na Operação Lava a Jato fará com que a Petrobrás tenha que contratar empresas de fora, gerando desemprego. “Só no estaleiro no Rio de Janeiro, está previsto queda de 50 mil empregos. Dos 80 mil que conseguimos com a reerguida da indústria naval, 50 mil estão em risco. Bloquear as empresas é colocar a conta nos trabalhadores. Tem que punir e fazer mudanças estruturais, com certeza, mas tem que preservar a empresa e garantir emprego do petroleiro próprio e do petroleiro terceirizado”, encerrou Cibele.

O diretor da FUP e secretário de relações internacionais da CTB, Divanilton Pereira, também esteve no ato e deixou o seu recado: “ A Petrobrás passa pro problemas gravíssimos, sobre os quais a categoria petroleira condena e exige rigorosa punição aos corruptos e corruptores. No entanto, não corroboramos com aqueles que tentam desse episódio enfraquecer a Petrobrás e também inviabiliza-la, sobretudo no seu papel estratégico de desenvolver o pré-sal. A nossa categoria, que já enfrentou e superou conjunturas adversas, está alerta contra uma questão de fundo nesta disputa: não admitiremos alterações na legislação petrolífera atual, que venha enfraquecer o papel da nossa empresa. Os petroleiros e petroleiras se somam às lutas das centrais sindicais para defender os interesses do povo brasileiro.”, finalizou.

Fonte: FUP