Nesta quinta-feira, 27, petroleiros de vários estados aderiram ao Dia Nacional de Luta convocado pela FUP para manter a categoria mobilizada contra o desmonte do Sistema Petrobrás e os cortes de postos de trabalho nas áreas operacionais, principalmente nas refinarias, que estão sob forte ataque da gestão Pedro Parente. Pela manhã, os sindicatos realizaram trancaços, atrasos na entrada do expediente, setoriais e outras mobilizações.
(Replan)
Em Recife, os petroleiros da Refinaria Abreu e Lima compareceram em massa à audiência no Ministério Público do Trabalho, onde denunciaram os riscos da redução de efetivos imposta pela Petrobrás.
(Audiência no MPT de PE com trabalhadores da Abreu e Lima)
Sem qualquer debate com as entidades sindicais e contrariando cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho e normas de segurança, a empresa está tentando impor goela abaixo dos trabalhadores um estudo unilateral de Organização e Métodos de Trabalho (O&M), que reestrutura os efetivos operacionais das refinarias, pavimentando o caminho para a privatização das unidades. Em função dos cortes de postos de trabalho, as refinarias estão na iminência de um grande acidente industrial.
(Reduc)
A categoria já é constantemente exposta a condições inseguras de trabalho, que geram um acidente após o outro. Situação que foi agravada com a saída em massa dos petroleiros que aderiram aos PIDVs, o que já causou uma redução de 20% nos efetivos da Petrobrás. Com uma nova reestruturação nas áreas operacionais das refinarias, os trabalhadores estarão sem condições mínimas de segurança, o que coloca em risco a própria unidade e a população que vive no entorno.
(Refap)
Diante de tantos ataques, a única alternativa de resistência que os petroleiros têm é a mobilização. Durante o XVII Confup, que será realizado de 03 a 06 de agosto em Salvador, a categoria discutirá a retomada da greve nacional no refino e novas estratégias de luta para barrar o desmonte do Sistema Petrobrás.
(Fafen-PR)
A luta é contra a privatização
O desmonte em curso nas refinarias brasileiras está diretamente associado à política de privatização do setor de energia, imposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Na Petrobrás, o objetivo é desintegrar todo o Sistema, vendendo a companhia aos pedaços. Isso inclui desde subsidiárias estratégicas, como a BR Distribuidora e a Transpetro, até ativos que fazem parte do negócio principal da petrolífera, como campos de petróleo e refinarias.
(Ato na Bahia, com trabalhadores da Rlam, Temadre e UTE-CF)
O Plano de Negócios e Gestão para o período 2017-2021 já havia anunciado esta intenção, deixando o caminho livre para o governo golpista desregulamentar e reestruturar todo o setor de óleo e gás. Os gestores da empresa, inclusive, já informaram ao Ministério de Minas e Energia o compromisso com “a não garantia integral do abastecimento do mercado brasileiro por entender que, em sua lógica de negócios, há a previsão do ingresso de mais agentes para o atendimento total da demanda”, como revela o estudo do governo, “Combustível Brasil”. O documento ressalta ainda a decisão da Petrobrás de desenvolver “parcerias no downstream, possibilitando a introdução de outros atores no refino e na logística”.
(Recap)
As medidas de Pedro Parente já fizeram a estatal brasileira perder espaço no mercado doméstico de combustíveis para as suas concorrentes. Só nos primeiros quatro meses deste ano, as importações de gasolina subiram 41,4% em relação ao mesmo período de 2016. É o maior volume desde 2000. O negócio é tão lucrativo que já atraiu para o país 212 empresas importadoras de combustíveis. Enquanto isso, o parque de refino da Petrobrás está operando com pouco mais de 70% de sua capacidade. Isso configura claramente sabotagem industrial.
(Regap)
FUP