Dia de luta contra a privatização da Petrobrás é mais um passo na construção da greve nacional

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás amanheceram nesta segunda-feira, 18, mobilizados em várias unidades da empresa, em atendimento à convocação da FUP e de seus sindicatos de realização de atos em protesto contra o desmanche e privatização da empresa. A data foi escolhida por ser o prazo final que havia sido estabelecido pela gestão da Petrobrás para receber as propostas de compra das refinarias, terminais e oleodutos. Hoje pela manhã, a estatal divulgou novo comunicado ao mercado, prorrogando o prazo até 02 de julho e anunciando que já tem cinco empresas interessadas.

O Dia Nacional de Luta em Defesa da Petrobrás mobilizou os petroleiros em diversas regiões do país e, principalmente, nas bases que estão com unidades sendo privatizadas. Além das refinarias, terminais e malhas de oleodutos, também estão em processo de venda plantas de fertilizantes, campos de petróleo no mar e na terra, gasodutos, entre outras unidades estratégicas do Sistema Petrobrás.

A recente greve de 72 horas realizada pela categoria foi fundamental para desmascarar os gestores da empresa, deixando clara a relação entre o aumento dos combustíveis e o desmonte das refinarias para acelerar a privatização das unidades. Durante as manifestações desta segunda, a FUP e seus sindicatos reafirmaram a necessidade de uma grande greve nacional para barrar a continuidade deste processo pela gestão de Ivan Monteiro, braço direito de Pedro Parente, que assumiu a presidência da empresa com a incumbência de levar adiante o desmanche da companhia.

Atos de norte a sul do país

No Nordeste, onde a gestão da Petrobrás colocou à venda as refinarias de Pernambuco (Abreu e Lima) e da Bahia (RLAM), junto com cinco terminais e 770 Km de oleodutos, os petroleiros realizaram atos em Salvador (BA) e em Suape (PE). Os trabalhadores das áreas operacionais e administrativas da Refinaria Abreu e Lima participaram da manifestação, atrasando a entrada do expediente. Na Bahia, o Sindipetro realizou uma atividade cultural, no Centro Histórico de Salvador, envolvendo a população, com distribuição de panfletos e apresentação de uma peça teatral denunciando os prejuízos que o estado e o país terão com a privatização da Petrobrás.

 

No Rio de Janeiro, houve manifestação em frente à Refinaria Duque de Caxias (REDUC), com participação do coordenador da FUP, Simão Zanardi, que alertou os trabalhadores para a importância da construção da greve por tempo indeterminado como frente de resistência ao desmonte da companhia.

Em Minas Gerais, os petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) também aderiram ao Dia Nacional de Luta, participando da mobilização realizada pelo sindicato.

Em São Paulo, houve atos e atrasos nos terminais da Transpetro de Guarulhos, Guararema, Barueri e de São Caetano.

No Paraná, os petroleiros da REPAR – refinaria que está sendo vendida junto com a REFAP (RS), sete terminais e 736 km de oleodutos da Transpetro na região Sul – participaram de uma grande manifestação pela manhã, que reuniu dezenas de trabalhadores próprios e terceirizados.  

Também no Paraná, os trabalhadores da Araucária Nitrogenados realizaram um ato pela manhã, seguido de assembleia de greve. A Fafen-PR está sendo entregue pela gestão da Petrobrás à empresa russa Acron, em uma venda casada com a  Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O processo de privatização das plantas de fertilizantes está na reta final e deve ser concluído até agosto, abrindo o caminho para a saída da Petrobrás desse segmento que é tão estratégico para o país.

Novas mobilizações

A FUP e seus sindicatos seguem mobilizados contra a privatização do Sistema Petrobrás e na luta para reduzir os preços dos combustíveis e do gás de cozinha. Os petroleiros estarão nos próximos dias em Brasília, reforçando as atividades parlamentares em defesa da Petrobrás, contra a privatização das refinarias e terminais e por uma ampla investigação sobre a política de preços dos combustíveis.

Ainda esse mês de junho, a FUP e seus sindicatos farão um ato nacional no Paraná em apoio à greve que o Sindiquímica Paraná está organizando contra a privatização da Araucária Nitrogenados. A Federação também está articulando um calendário unificado de lutas com os eletricitários contra a privatização dos Sistemas Petrobrás e Eletrobrás. Em julho, estão previstos atos nacionais em cada uma das quatro refinarias que estão sendo vendidas.

[FUP]