Na entrevista, Temer pediu paciência e disse que a aprovação foi garantida junto aos parlamentares graças ao diálogo, “uma marca do meu governo”. Quando ainda era vice do governo da presidenta Dilma Rousseff, Temer e posteriormente o seu braço direito, o ministro Eliseu Padilha (PMDB-RG) assumiram a articulação do governo e, diferentemente do que se viu agora, não houve avanço nas aprovações das medidas apresentadas pelo então governo.
Agora no poder, Temer fala em “sacrifícios” e diz que eles são necessários para tirar o país da crise. “Se não fizermos um certo sacrifício não tiramos o país da crise”, disse ele.
Temer também afirmou que a PEC 241não implicará em cortes de programas sociais. Aproveitou para surfar no bem-sucedido Bolsa Família, tão criticado pela direita. Disse que não haverá limitação dos investimentos em saúde e educação, mas disse que haverá um teto.
“Isto não afeta direitos sociais. Nós temos pobreza no país. Jamais se vai cogitar em eliminar o Bolsa Família… Diferentemente do que se pensa, o que ocorre é o seguinte: o teto é global, é para despesas em geral. Não é um teto para educação, um teto para a saúde, um teto para a cultura, um teto para a Justiça. Quando dizemos que ele será revisável a cada orçamento apenas pela inflação, não significa que não pode ser além da inflação”, disse.
Temer insistiu na tese de que a marca do seu governo será o “diálogo”, mas emendou a conversa falando da reforma da Previdência que quer impor.
Disse que pretende igualar os sistemas de aposentadoria dos servidores públicos com os trabalhadores do setor privado e que pretende incluir o sistema especial de aposentadoria dos parlamentares nessa mesma regra.
Afirmou que essa proposta seria uma forma de fazer justiça. Mas quando questionado sobre o fato de que enquanto pede para os brasileiros se aposentarem mais tarde, a cúpula de seu governo é formada por pessoas que se aposentaram com menos de 55 anos, Temer disse: “Foi uma aposentadoria precoce, numa época em que não se tinha essa preocupação. Mas faz quase 20 anos e estou aqui comandando o país e conversando com você. Uma prova de que o sistema precisa mudar”. Mesmo considerando imprópria, Temer não falou em abrir mão de sua aposentadoria.
Apesar de medidas tão drásticas, Temer afirmou categoricamente que não tem uma fórmula para a retomada do emprego, a não ser esperar que a volta da confiança empresarial reaqueça o mercado de trabalho.
“O desemprego vai continuar alto e o país precisa ter paciência para enfrentar as dificuldades”, completou.
Sobre o processo de cassação da chapa Dilma-Temer, ele afirmou que se vier a ser cassada pelo TSE não se insurgirá, mas ressaltou que estava no banco do passageiro. Ao mesmo tempo, temer diz que é dono de metade dos 54 milhões de votos que elegeram a presidenta Dilma.
Do Portal Vermelho, com informações de agências