A taxa de desemprego atinge mais um recorde, o número de trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada caiu e o número dos que recorrem a bicos para sobreviver aumentou no trimestre entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira (29).
O desemprego no Brasil chegou a 12,6%, um aumento de 4,4%, e passsou a atingir 13,1 milhões de chefes de família, jovens e adultos brasileiros sem perspectivas nem esperança de encontrar um emprego e resolver o problema familiar a médio prazo, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas, lamentando o fato de que, no período pesquisado pelo IBGE, mais 550 mil trabalhadores e trabalhadoras ficaram desempregados e “engrossaram as poucas filas de empresas e agências que têm vagas”.
“Essa é mais uma prova de que a Lei Trabalhista de Temer, aprovada com a promessa de que seria a grande solução para recuperar o mercado de trabalho e aquecer a economia, era uma desculpa para dar legalidade jurídica aos empresários que queriam ter segurança para precarizar as condições de trabalho e lucrar mais, como a CUT denunciou durante a tramitação da reforma”, lembra Vagner.
Segundo ele, a reforma, na verdade, sempre teve o objetivo de acabar com o emprego e com os direitos, como férias e 13º salário. Esse desemprego é parte da estratégia do ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) para reduzir salários e direitos.
“Os novos empregos que surgem são precários, informais, com perda de renda e direitos. Saímos de um período de pleno emprego para uma fase de desemprego estrutural com o golpista Temer, como mostra o próprio IBGE, um órgão do governo Federal”.
Com carteira
O número de trabalhadores e trabalhadoras do setor privado com carteira de trabalho assinada, sem contar os trabalhadores domésticos, atingiu o menor nível da série histórica do IBGE desde 2012, com 33,1 milhões de pessoas com trabalho formal.
Sem carteira
Já o número de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira de trabalho assinada, portanto, sem direito a FGTS, férias, 13º salário, Seguro-Desemprego e outros benefícios, ficou em 10,8 milhões, alta de 5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O mesmo aconteceu com o contingente de brasileiros trabalhando por conta própria que cresceu 4,4%, com um total de 23,1 milhões de pessoas se virando para sobreviver.
Rendimento médio
O rendimento médio real ficou estável: R$ 2.186 entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018 e R$ 2.165 no trimestre de setembro a novembro de 2017.
Segundo o IBGE, a força de trabalho, formada por pessoas ocupadas e desocupadas, foi estimada em 104,2 milhões de pessoas no trimestre de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018 – comparado ao mesmo trimestre de 2017, houve alta de 1,3% (mais 1,3 milhão de pessoas).
Metodologia
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) que não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.). O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou alguma colocação nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
[Via CUT, por Marize Muniz]