Desafios e perspectivas do sistema Petrobrás na Bahia

Reformas trabalhistas e ataques aos direitos conquistados tornam o momento atual um dos mais difíceis para a classe trabalhadora. Para entender este momento o Sindipetro Bahia convocou a categoria petroleira a assistir à Audiência Pública que discutiu o tema: O Sistema Petrobrás na Bahia; desafios e perspectivas, um assunto de grande importância para a economia e população dos municípios baianos.

A Audiência pública aconteceu na ALBA, Assembleia Legislativa e recebeu como plateia grande parte dos integrantes da FUP e delegações do XVII Confup já presentes.

O coordenador do Sindipetro BA, Deyvid Bacelar, abriu a audiência ressaltando a importância da resistência petroleira ao desmonte do Sistema Petrobrás, “os golpistas querem dar inicio à destruição do Sistema Petrobrás, onde ele começou, ou seja, na Bahia. Eles também não suportam o fato de o nosso estado ter um governo de esquerda que vem realizando uma gestão eficiente, e tentam fragilizar a economia da Bahia para afetar a gestão petista”.

Geranilson Requião, prefeito de Catu, um dos 12 municípios da Bahia afetados pelos desmonte do Sistema Petrobrás no estado, destacou os impactos econômicos e sociais da privatização da empresa. Só em termos de empregos, já foram fechados cerca de dois mil postos de trabalho de empresas que prestavam serviço para a Petrobrás nestes municípios.

O ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, destacou a urgência da sociedade brasileira se mobilizar para impedir a destruição da estatal e mostrou que a política de conteúdo nacional foi totalmente abolida e a engenharia e indústria  estão sendo destruídas. Ele também falou sobre o setor do refino, “que está sendo aberto e reorganizado para que outras empresas possam atuar. Além de mudanças profundas que estão sendo efetuadas no gás e energia”.

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, afirmou que o desmonte da Petrobrás é uma ofensiva dos golpistas para desmontar o projeto de desenvolvimento nacional construído nos governos do PT, “será muito difícil reverter o estrago que os golpistas estão fazendo ao desmontar o Sistema Petrobrás”. Rangel também falou da urgência de ocupar as ruas, de reagir. Será que esse povo que deu o golpe faria isso para depois de dois anos a esquerda voltar ao poder? Precisamos saber que 2018 pode não chegar. E ai? Vamos ficar parados esperando? Provocou o coordenador da FUP.

 

Fotos: Diego Villamarin

A Audiência promoveu um rico debate sobre o que vem acontecendo na Bahia com a venda de diversos ativos da empresa a exemplo de 50% das Termelétricas Rômulo Almeida e Celso Furtado, e o anúncio da venda dos campos terrestres, Terminal de Madre de Deus e a RLAM.

A mesa foi composta por representantes de diversos segmentos da área de petróleo, construção naval, engenharia, rurais, educação, além de parlamentares, economista, sindicalistas, centrais sindicais, governo do estado e de municípios baianos. Uma platéia, com mais de 300 pessoas ouviu atentamente o relato dos debatedores sobre as graves conseqüências que já começam a ser sentidas na Bahia com a redução dos investimentos da Petrobrás e a venda de suas unidades no estado.

O Secretário de Desenvolvimento Econômico do governo do estado da Bahia, Jaques Vagner, reafirmou o engajamento do governador Rui Costa, a quem ele estava representando, à luta em defesa da Petrobrás. Vagner lembrou a época do governo de FHC, quando petroleiros e bancários conseguiram barrar a privatização da Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica. O secretário disse ter orgulho da categoria petroleira e a convicção de que “não temos outro caminho para botar esse país em ordem que não seja a rua e resistência”.

Para o presidente da CUT Bahia, Cedro Silva, os trabalhadores e trabalhadoras não vão se intimidar “com o péssimo momento pelo qual passamos no Brasil. Temos que resistir sim e construir uma greve geral para enfrentar esses golpistas e que pode partir da categoria petroleira”. 

O deputado Rosemberg Pinto encerrou a Audiência afirmando que a principal tarefa a ser cumprida é envolver os diversos segmentos da sociedade na luta, não só em defesa da Petrobrás, mas do restabelecimento da democracia no Brasil.

Também participaram da mesa de debates, o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico do governo do estado da Bahia, Jonas Paulo, a Coordenadora de Formação e Educação Profissional, da CONTRAF/CUT, Elisângela Araújo, o presidente do CREA Bahia, Marco Amigo, o Secretário de Organização e Finanças e Coordenador do Setor Naval da CNMM, Edson Rocha, a representante da Marcha das Mulheres e Consulta Popular, Júlia Garcia e a professora da Faculdade de Educação daUFBA, Marise Carvalho.

Fonte: Sindipetro BA