Deputado do PT de Pernambuco se pronucia sobre a chacina dos trabalhadoores rurais

Ilmo. Sr. Presidente. Senhoras e Senhores, ontem, dia 06 de julho, por volta das 19 horas, os Sem Terra João Pereira da Silva, Juarez Cesário da Silva, Natalício Gomes da Silva, Olimpio Cosme Gonçalves e Dedé, foram sumariamente executados no Assentamento Chico Mendes, Agreste de Pernambuco. Há indícios de que, apesar de terem anunciado um assalto, os assassinos tenham agido com outra motivação: o conflito agrário. Os cinco companheiros mortos no massacre foram atingidos pelas costas e nada foi levado do local.

Os companheiros participavam da construção das casas no Assentamento, que fica no município de Brejo da Madre de Deus. Além dos cinco companheiros mortos, há ainda um outro ferido, Erionaldo José da Silva, que está hospitalizado no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru com um tiro no braço.

Senhoras e Senhores, estamos falando de um assentamento que está consolidado há três anos e que abriga 30 famílias, recebendo os primeiros créditos para produção e construindo suas casas. Contudo, antes de conquistar posse dos trabalhadores, as famílias lutaram e resistiram por 11 anos.
A polícia investiga as causas deste massacre, mas a direção do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra já cogita que uma das hipóteses mais prováveis é a do conflito agrário. Apesar do Assentamento Chico Mendes já estar consolidado e não ser uma área que apresentava conflito nos últimos três anos, ela está localizada em uma área de muitos conflitos agrários. Além disso, a forma como os Sem Terra foram executados indica que o ataque pode ter sido realizado por algum grupo extremista contra a Reforma Agrária, ou vinculado ao processo de São Joaquim do Monte, como represália às mortes dos quatro pistoleiros no inicio do ano, na fazenda Consulta, também em Pernambuco.

Os Trabalhadores Sem Terra que foram assassinados estavam edificando suas casas, seu direito legítimo de moradia e de trabalho.

Lamento profundamente que este tipo de violência aconteça nos nossos dias e solicito às autoridades rigor nas apurações.