O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, é o representante brasileiro na recepção a Zelaya…
Vermelho com informações da Agência Brasil
O ex-presidente Manuel Zelaya já está em Honduras, onde chegou no fim da tarde de sábado (28). Parentes e amigos, além de líderes políticos, o aguardavam no aeroporto de Tegucigalpa, de onde o ex-presidente saiu em caravana para se encontrar com milhares de simpatizantes que o esperavam em uma praça próxima. Também está previsto para este domingo (29) um encontro com o presidente Porfírio Lobo.
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, é o representante brasileiro na recepção a Zelaya.
Manuel Zelaya partiu, nesta tarde, de Manágua, capital nicaraguense, rumo a seu país, pondo fim a quase dois anos de exílio político, desde que foi deposto em junho de 2009. Em Tegucigalpa, uma multidão decidiu passar a noite em vigília na Praça Isis Obed, que fica perto do Aeroporto de Tocontín, onde aterrizou o avião de Zelaya.
Antes de deixar a Nicarágua, Zelaya disse que seu retorno a Honduras é produto de grandes esforços de mediação e significa um grande momento para a vitória dos processos institucionais da América Latina. Em declarações à imprensa, ele destacou a luta do povo hondurenho pela democracia e disse considerar sua volta “um grande passo” neste sentido, já que “é o próprio povo que está no processo de reconciliação”.
Zelaya ressaltou ainda que a restituição de seus direitos, assim como também a disposição para o diálogo e a diplomacia demostrada por todas as autoridades envolvidas no conflito, “são os caminhos seguros da humanidade”. Para ele, isso demonstra “como será a formação do cidadão do século 21”. “Este é um esforço de todos os países da América (…) e espero que tais acordos se deem de maneira pacífica para a defesa da democracia”, acrescentou.
Em um ato em sua homenagem no aeroporto de Manágua, Zelaya mencionou as ações internacionais em diferentes foros por seu regresso a Honduras e agradeceu aos presidentes da Nicarágua, Daniel Ortega, e da República Dominicana, Leonel Fernández, país donde ficou exilado por 17 meses. Ele agradeceu também a participação dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales.
O ex-presidente também saudou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, e a colombiana Piedad Córdoba, ativista dos direitos humanos, que o acompanham na viagem de volta a Honduras.
Zelaya chegou à Nicarágua proveniente da República Dominicana, onde, nesta sexta-feira (27), sua família agradeceu ao presidente Leonel Fernández pela “valente” decisão de acolhê-lo em seu país; ao que Fernández respondeu: foi “uma honra”.
Também ontem, em Honduras, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou que, com o regresso do ex-presidente, começará o processo de reconstrução e reconciliação no país centro-americano.
“Desejamos um caminho de reconciliação, de reconstrução de um país sólido e democrático, como sonham todos os hondurenhos (…). Tenho esperança de que na quarta-feira (1º de junho, quando se reúnem os chanceleres da OEA) as coisas terminem como quero que terminem, que se supere o período difícil e Honduras retorne a suas funções dentro da organização”, acrescentou.