Depois de quase 50 horas, petroleiros da Regap são libertados de cárcere privado

 

A direção do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) conseguiu, na manhã desta segunda-feira (3), libertar os 37 petroleiros mantidos em cárcere privado dentro da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, desde as 23h30 da sexta-feira (31).

Foi com “cárcere privado”, denuncia Alexandre Finamori, diretor do Sindipetro/MG e da FUP, que a petroleira tentou impedir a adesão dos trabalhadores à greve da categoria contra as demissões de mil trabalhadores e o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR).

“Todos saíram exaustos, depois de quase 50 horas de trabalho, proibidos de saírem do local de trabalho, sob ameaça de serem demitidos por abandono de trabalho se saíssem da unidade”, contou Alexandre, um dos sindicalistas que lutou e recorreu ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e até à Polícia Federal (PF) para conseguir libertar os trabalhadores.

De acordo com Alexandre, durante a madrugada, representantes do MPT e da PF foram até a Regap, mas nada puderam fazer porque a empresa tem uma liminar que obriga a troca de turno de 8 em 8 horas.

“É um total desrespeito à lei de greve”, afirma o dirigente que lembra as tentativas que o sindicato fez para garantir o direito da categoria de paralisar as atividades, como a sugestão de redução de carga. O  sindicato garantiria a troca de turnos, mas cuidaria do controle da produção. A empresa não aceitou esta nem as outras sugestões. “Eles simplesmente ignoraram todas as nossas sugestões”.

A empresa só recuou porque o MPT falou sobre a possibilidade de interditar a unidade caso constatasse risco para a saúde dos trabalhadores e para a comunidade no entorno.

Hoje a tarde, as 14h, os sindicalistas têm uma reunião com representantes da Refinaria no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que vai mediar a greve. O Sindiquímica e a FUP de MG vão alegar o cerceamento do direito de greve e reafirmar a disposição de negociar com a direção da empresa.

“Queremos negociar o controle com segurança da produção, garantir o abastecimento da sociedade e todas as condições para garantir nosso direito de greve”, afirma Alexandre.

Segundo o dirigente, o ato realizado na frente da refinaria desta manhã, reforçou a decisão da categoria de lutar por empregos, contra fechamentos de unidades e o direito de protestar, fazer greve contra os desmandos da Petrobras.

[Via CUT]