Democratizar, libertar e incluir foram as palavras de ordem do 5° Encontro Nacional de Comunicação da CUT

Durante os dias 15, 16 e 17 de julho de 2009, em São Paulo, a questão da comunicação…

CUT

Artigo escrito por Kléber William   

Durante os dias 15, 16 e 17 de julho de 2009, em São Paulo, a questão da comunicação foi discutida no 5.º Encontro Nacional de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores.

As palavras de ordem foram: democratizar; libertar e incluir. Porém, como não poderia deixar de ser, um vício que acompanha o colóquio dos dirigentes sindicais brasileiros, foi o que mais se destacou. Em todas as falas, a questão da comunicação; a questão da categoria; a questão do movimento sindical; a questão da crise; a questão disto; a questão daquilo. Eram tantas questões que fiquei até meio tonto.

 

Deixo de lado a partir de agora, as observações,  destaco a importância do 5º ENACOM.

 

De cara, para abrir com chave de ouro tivemos a presença do escritor e professor da Universidade Nacional de Brasília, Venício Lima, que entre os vários comentários, dois merecem meu destaque: É a mídia que constrói a hegemonia, e, o poder da mídia sobre o cidadão é total. Ao final, Venício apresenta 3 desafios para os movimentos sociais e o movimento sindical.

  • 1. É fundamental denunciar, permanentemente, a grande mídia;
  • 2. Não podemos perder as brechas que aparecem (A CONFECOM é uma delas);
  • 3. Temos que criar alternativas para enfrentar a grande mídia (usar os instrumentos que temos e unificá-los), e, apoiar as mídias públicas.

No segundo dia, Marcos Dantas, escritor e professor da PUC/SP apontou, no que pude perceber, um dos caminhos que temos para disputar a hegemonia com a grande mídia, e ganhar mentes e corações. Afirmou que, não é a tecnologia que nos determina, somos nós que determinamos a tecnologia. Ou seja, a utilização dos meios tecnológicos depende da nossa disposição de dominá-los e usá-los de forma a garantir a democratização das informações e o enfrentamento com a grande mídia.

 

Para fechar, Dantas disse que a rede mundial de internet tem que ser pública, para assegurar a pluralidade do conteúdo, e do transporte dos produtos comunicacionais.

 

O terceiro dia ficou por conta dos delegados e observadores, que, divididos em regiões do país, trataram dos desafios e perspectivas da comunicação cutista. E, apresentaram uma proposta de temática, a ser defendida pela Central, na Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo Governo Federal para os dias 1, 2 e 3 de dezembro de 2009.

 

 

 

Em todas as mesas de debates estiveram presentes companheiros que contribuíram com o debate.

Na primeira, o tema foi: Mídia, poder e democracia – reflexões sobre a comunicação no Brasil, juntamente com Venício Lima, o presidente da CUT, Arthur Henrique deu as boas vindas aos participantes, e, Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT foi a mediadora.

Na segunda mesa, cujo tema foi: A Conferência Nacional de Comunicação e a democratização acompanharam Marcos Dantas, o companheiro Messias como mediador; Celso Augusto Schroeder do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação – FNDC; João Brant do Coletivo Intervozes e Roseli Goffman do Conselho Federal de Psicologia.

 

Na terceira, com o tema: As alternativas da mídia e a disputa da hegemonia, mediados pela companheira Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT; Paulo Salvador, da Rede Brasil Atual; Joaquim Palhares, da Agência Carta Maior; Renato Roval, da Revista Fórum; José Soter, da Rede Abraço e Francisco Nogueira, presidente do Settaport – Sindicato dos Portuários de Santos, apresentaram as suas experiências de mídia alternativa e de como fazer a disputa da hegemonia com a grande mídia.

 

A última mesa, já no dia 17, foi mediada por Lúcia Reis, dirigente da CUT, e contou com a participação de representantes da Fenaj, Fitert, Fittel e Fenadados.

 

Ao final, ficou claro que estamos rumo à Conferência Nacional, mas que, ainda temos muitos passos a serem dados, no sentido de democratizar os meios de comunicação, disputar a hegemonia, e, a Conferência não é o fim, não dá para ter o sentimento de dever cumprido, por termos conseguido realizar a Conferência. A batalha ainda está só começando.