Democratização da informação


Todos têm direito a informação. Está lá na Declaração dos Direitos Humanos e também na Constituição. Mas, como milhões de outras coisas nesse País, esse é mais um direito que existe apenas no papel. Quem não se lembra que até nem pouco tempo atrás da concessão de rádio e televisão era usada como barganha política. Os veículos de comunicação nesse nosso Brasil pertencem a poucas famílias aristocratas, bastardas, seja lá que adjetivo couber. São verdadeiros impérios, onde uma mesma família possui rádios, tevês, jornais, revistas, produtoras, agências de notícias, editoras, etc. Um império de informação que torna-os, em poder, próximo a um Berlusconi na Italia., ou até mais que isso. Alguém pode esquecer o que fizeram com o último debate entre Lula e Collor em 1989? Apenas um pequeno exemplo. Como a miséria,  o  jogo da informação também é fruto do sistema.

           

Estamos acostumados a ouvir e ler somente a versão que interessa aos donos da informação. O direito de resposta é uma piada. Quando concedem, às vezes faz tanto tempo que muitos nem lembra a que fato se refere. A televisão pública precisa sair do papel e ter porte suficiente para chegar á casa de todos os brasileiros. Canais fechados funcionam para quem tem dinheiro. Aliás, apesar das boas mudanças proporcionadas pelo governo Lula, ainda muitas coisas boas somente chegam ás casas dos que tem grana para pagar.

 

É preciso, portanto, democratizar o acesso à comunicação nesse país. Comecemos por coisas simples: assegurar o direito às rádios comunitárias, estimulando sua multiplicação. Que tal o acesso grátis a internet, pelo menos nas cidades acima de 100 mil habitantes. Que tal a democratização das concessões e a revisão daquelas que não estejam cumprindo seu papel social. 99% aproximadamente. Isso, claro, se for possível. È provável que haja golpe. Enganou-se quem disse que a comunicação é o quarto poder. Fica muito acima da presidência da República. São verdadeiros impérios manipuladores, que em raros momentos se submetem a vontade da opinião pública.

 

Agora com o fim do diploma para jornalistas, eles estão mais felizes do que pinto no lixo. Vão contratar apenas profissionais "ajustáveis" aos interesses das empresas e que sejam programados para só dizer sim. Precisamos reagir. A sociedade como um todo. A realização da Conferência Nacional de Comunicação é um grande passo. Que ela gere bons frutos e se multiplique em proporções menores Brasil a fora.