Por Fátima Viana, diretora do Sindipetro-RN
A realização dos mundiais de esporte como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo de Futebol e outros eventos de magnitude semelhante movimentam um volume extraordinário de riquezas, seja pela circulação de pessoas, bens e serviços, seja pelo investimento em infraestrutura específica.
A definição sobre que país deverá sediar as próximas edições de cada um desses eventos mundiais envolve sempre acirrada disputa, ocasionada por motivações variadas: de um lado, interesses da iniciativa privada e, de outro, os dos Estados Nacionais.
O Brasil se candidatou a sediar esses eventos em vários governos, mas obteve êxito em apenas alguns. As principais vitórias foram na disputa para a realização da Copa do Mundo de Futebol de 1950; para os Jogos Pan-americanos de 1963 e de 2007[i]; para a Copa do Mundo de Futebol de 2014, e para os Jogos Olímpicos de 2016.
Quando foi anunciada a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, o País comemorou. Uns movidos simplesmente pela paixão aos esportes e, outros, que também compreenderam a magnitude dos investimentos necessários e a repercussão positiva na economia nacional. Enfim, nosso País será sede dos dois maiores eventos esportivos do mundo, condição condizente com o gigante verde-amarelo da América Latina.
Concluída parte das obras previstas e na proximidade da realização do mundial de futebol e das eleições gerais de 2014, as forças conservadoras e de oposição ao governo nacional associam-se numa campanha contrária à realização do evento.
Na verdade, essas forças temem pelo bom desempenho do País e pela repercussão econômica positiva do evento. A campanha contra a Copa, disseminada na forma de pessimismo quanto ao futuro, tem como objetivo abafar a emoção nacional que, naturalmente, explodirá durante o evento, e abalar a confiança da Nação em relação ao governo da presidenta Dilma.
A verdade é que muitos governos, inclusive o do Brasil, disputam sediar tais eventos, pois parte das obras da Copa e das Olimpíadas estão relacionadas à infraestrutura das cidades-sede e, como tais, geram emprego, movimentam a indústria de máquinas, com repercussão na elevação da renda do trabalho e na geração de emprego formal.
Não por outros motivos, o índice de desemprego atual é o menor da história da República e o índice de crescimento econômico nacional, embora inferior ao previsto, é superior aos índices atuais de crescimento econômico da Europa e dos EUA.
Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, “o efeito multiplicador gerado no País será quintuplicado em relação aos investimentos realizados diretamente na Copa (pelo Estado e pela iniciativa privada), ou seja, a expectativa é que a economia nacional produzirá 142 bilhões de reais adicionais, até o final do evento (julho de 2014)”.[ii] Tal volume de riqueza não pode ser desconsiderado.
Obviamente que os problemas decorrentes da ausência do Estado no oferecimento de serviços e infraestrutura até 2002 não foram plenamente resolvidos em onze anos. Também é verdade que grande parte da economia gerada será dirigida pelos interesses do capital, pois o Brasil continua sendo um país de economia capitalista.
Nesse sentido, as manifestações populares reivindicando mais ação do Estado Nacional para atender a demanda social de quem foi incluído ao consumo e aos serviços devem ser saudadas e vistas como impulsionadoras do desenvolvimento nacional. Mas não podem ser aprisionadas pelos interesses das forças políticas que querem exatamente o contrário.
Por isso devemos – todos nós, brasileiros e brasileiras, defensores do Brasil mais justo –, nos organizarmos em cada casa, rua, trabalho e escola para torcermos apaixonadamente pela seleção verde e amarela. E, após a Copa, com a mesma paixão e empenho, levantar a bandeira do Brasil e lutar pela continuidade das mudanças e pelo socialismo.