Secretários da CUT são unânimes em afirmar que meio ambiente tem tudo a ver com o trabalhador
[Por Luiz R Cabral, da comunicação da CUT]
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) deu início ao Ciclo de Diálogos Formativos COP 30: Soberania, Crise Climática, Transição Justa e a Luta Sindical, visando preparar sua base para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém-PA. O primeiro encontro virtual, realizado no último dia 10 de abril, reuniu 130 pessoas que discutiram a centralidade da participação dos trabalhadores nos debates climáticos globais.
Com o tema “A importância da COP 30 para a classe trabalhadora: o que temos a ver com isso?”, o evento contou com uma mesa de debates composta por Leonardo Souza, assessor do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores (MRE); Antônio Lisboa, da Secretaria de Relações Internacionais da CUT; e Rosalina do Socorro Ferreira Amorim, Secretária de Meio Ambiente CUT. A mediação ficou a cargo de Rosane Bertotti, Secretária de Formação da CUT.
No início, houve uma mística com a leitura de um texto onde os narradores, Jairo Dutra e Marciana Ferreira Bento, destacaram, em tom poético, que a classe trabalhadora é diversa, histórica, consciente e continua lutando, movida por utopias e compromissos concretos. Com a certeza de que não pode ser deixada de fora das decisões que impactam suas vidas.
Participação estratégica
Os debatedores destacaram a relevância da COP 30 como uma oportunidade histórica para os trabalhadores brasileiros serem incluídos nas discussões sobre políticas climáticas.
Rosalina Amorim reforçou o papel da sociedade civil na construção do evento em Belém, destacando a importância de garantir que a conferência deixe um legado real para as populações locais.
“A COP não pode ser somente um evento internacional. Ela precisa dialogar com os territórios, especialmente com os trabalhadores que vivem os efeitos da crise climática no dia a dia.”
Já Antônio Lisboa trouxe um panorama sobre as lições deixadas pela COP 29 e os desafios atuais da representação sindical nas conferências internacionais:
“Aprendemos que, sem pressão popular, os compromissos assumidos tendem a ser superficiais. A COP 30 é uma oportunidade para mostrar que a pauta ambiental também é pauta trabalhista.”
Leonardo Souza enfatizou que a participação ativa das centrais sindicais será essencial para garantir uma transição ecológica justa:
“As decisões tomadas na COP impactarão diretamente o mundo do trabalho. Por isso, é fundamental que os trabalhadores estejam organizados e participem das negociações”, disse.
Depois das falas, os debatedores responderam as perguntas formuladas pelos participantes.
Serviço
Esse Ciclo integra o Programa de Formação de Formadores e Formadoras Continuado (2024-2026), realizado através do projeto de cooperação e solidariedade internacional com a DGB BW Bildungswerk BUND, instituto da Central Sindical Alemã DGB, parceira história da CUT.
Acontecerão mais sete encontros a cada 15 dias.