CUT participa de Conferência da OIT e ressalta a importância do papel do estado no combate à crise

O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, representante da Central…

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O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, representante da Central na 98ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho relata os principais assuntos debatidos na reunião de segunda-feira (15), que teve a participação do presidente Lula, entre outros chefes de estados e ministros. A questão da crise financeira mundial e a consequente perda de postos de trabalho no mundo todo é o tema central da conferência, que ocorre até sexta-feira (19), em Genebra na Suíça, e que debate medidas para enfrentar o problema da recessão econômica com retomada na geração de empregos.

Felício destacou a consolidação do papel do presidente Lula como liderança mundial e referência para os trabalhadores. "Oriundo do movimento sindical, Lula jamais esqueceu da nossa pauta. Quando ele fala percebe-se que ele conhece essa pauta, e esta postura dele fazendo esse tipo de relação com o movimento sindical internacional acaba sendo um elemento estimulador à luta e à mobilização", assinalou.

De acordo com Felício, em reunião com sindicalistas do mundo todo, Lula incentivou organismos sindicais à participação política e a fazer pressão junto aos governos para serem ouvidos e para que se leve em conta a pauta de reivindicação dos trabalhadores. O secretário disse que "ele [o presidente Lula] se colocou como porta voz do movimento para que os governos aceitem que os sindicatos e a OIT tenham voz quando se discute alternativas para a crise e um novo modelo econômico".

Em seu discurso no plenário da conferência da OIT, Lula citou exemplos de ações implementadas pelo Brasil para melhoria das condições de trabalho. Entre as medidas está um acordo dos sindicatos de trabalhadores rurais com as confederações de usineiros para humanizar o mundo do trabalho no campo. Felício lembrou ainda que o governo brasileiro está assinando a Convenção 102 da OIT, que garante direitos mínimos previdenciários, e discute a implantação das convenções 151 e 158, que, respectivamente, garante o direito de negociação coletiva para funcionários públicos e impede dispensa sem justa causa.

Para Felício, "cada país tem sua agenda de luta. Isso é um pouco da agenda brasileira, mas está em consonância com a agenda mundial da OIT e da CSI (Confederação Sindical Internacional) pelo trabalho decente". E ressaltou: "Quando se estabelece direito de negociação, quando se garante a implementação das convenções da OIT, quando um processo de negociação resulta em aumento real do salário mínimo, quando se possibilita que a maioria das categorias profissionais tenham aumento real de salário, essa é a melhor forma de se enfrentar a crise".

Ainda segundo Felício, o governo brasileiro segue a linha de enfrentamento da crise garantindo direitos e não flexibilizando, como inicialmente alguns líderes mundiais queriam. Ele lembrou que na última reunião do G-20, em abril em Londres, Lula refutou e combateu essa ideia.

Trabalhadores no mundo todo

Na agenda do movimento sindical mundial estão a mobilização pelo trabalho decente em cada país, uma campanha organizada pela OIT e CSI – sendo que no Brasil as atividades serão em outubro; a participação do movimento sindical no G-8 em Roma, em julho, e na próxima reunião do G-20 em Nova Iorque. "Todas as vezes em que os chefes de estado se reunirem, lá estaremos com a nossa pauta que é garantia de emprego, discussão de uma nova regulamentação do setor financeiro internacional e o fortalecimento do papel do Estado", contou Felício.

Após o encerramento da Conferência da OIT, na sexta-feira (19), João Felício representa a CUT no Congresso da Central Sindical da Galícia, em Santiago de Compostela, na Espanha. Já no domingo (21), participa na Bélgica de reunião do conselho da CSI. Na capital belga, também se reúne com as centrais sindicais locais para estimular a participação de brasileiros residentes naquele país junto aos sindicatos e assim fortalecer a organização e representação dos trabalhadores imigrantes.