Mesmo sob a forte chuva que caiu na capital federal durante a tarde dessa segunda-feira…
Mesmo sob a forte chuva que caiu na capital federal durante a tarde dessa segunda-feira (9), cerca de 300 trabalhadores cutistas deixaram claro que a semana não será fácil para quem vai contra os interesses do povo brasileiro.
O Fator Acidentário de Prevenção entrará em vigor a partir de janeiro de 2010 e tem como objetivo contemplar com até 50% de desconto no SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) as empresas que investirem em segurança de trabalho. Por outro lado, aquelas que não se preocupam em implementar políticas para diminuir o adoecimento dos trabalhadores, teriam elevação do pagamento. Assim, espera-se reduzir acidentes, mortes e adoecimentos causados pelo trabalho.
Por volta das 16h, dirigentes e trabalhadores utilizaram um caminhão de som para mandar um recado à Confederação. A CNI, embora tenha participado da elaboração do FAP, passou a criticá-lo pouco antes de a medida entrar em vigor. “Isso porque a indústria descobriu que é um dos setores que mais causam danos à saúde do trabalhador. Agora ficam pressionando o governo e o Congresso”, denunciou o presidente da CUT, Artur Henrique.
“As empresas são responsáveis pelos adoecimentos, mortes e acidentes de trabalho, porque enquanto pressionam os trabalhadores diariamente, assediam moralmente e impõem metas inatingíveis, não investem em equipamentos de proteção e condições seguras”, acrescentou Artur.
O dirigente lembrou que além do FAP, a redução da jornada de trabalho sem redução do salário, principal bandeira da Marcha em 2009, é fundamental para reduzir acidentes.
Presidente da Federação dos Sapateiros do Rio Grande do Sul, Antônio Guntzel, também defendeu a redução de jornada como importante aliada da saúde e sublinhou a importância da Marcha. “São milhares de pessoas mutiladas devido à extensão da jornada. Porém, com nossa luta, tenho certeza que terminaremos a semana com muitas conquistas”.
6ª marcha.
6ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora
Dia 11 de novembro, concentração às 7h no Estádio Mane Garrincha, em Brasília
Eixos da marcha:
– redução da jornada de trabalho sem redução de salário;
– votação do PL 01/07 que efetiva a política de valorização do salário mínimo;
– novo marco regulatório para o pré-sal, que prevê a garantia do controle estatal e social do petróleo e seus derivados em todo o território nacional e que reafirma nossa soberania;
– atualização dos índices de produtividade da terra e aprovação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo;
– ratificação das Convenções 151 (sobre a garantia de negociação coletiva no serviço público) e 158 (que coíbe a demissão imotivada) da OIT;
– aprovação do PL 1621/07 – proposta da CUT encaminhada à Câmara pelo deputado Vicentinho (PT-SP), sobre a regulamentação da terceirização e combate à precarização nas relações de trabalho.