CUT
Central reitera seu apoio a Comissão, mas lamenta composição que exclui familiares das vítimas da ditadura, representantes dos trabalhadores e de grupos e movimentos sociais
A CUT manifesta seu apoio à constituição da Comissão Nacional da Verdade, instrumento que deverá aprofundar a investigação das atrocidades cometidas durante a Ditadura Militar (1964-1985). A CUT defende a punição dos torturadores e assassinos que agiram a serviço do regime militar e que continuam impunes até os dias de hoje.
Sem punição, continuaremos convivendo com casos de abusos policiais, torturas e criminalização da pobreza: sem Democracia, portanto. Os brasileiros que lutaram contra a Ditadura Militar e entregaram a vida em defesa da Democracia e de um país mais justo merecem memória, verdade e justiça! A CUT continuará a pressão para que a Comissão Nacional da Verdade, além de investigar esse triste período de nossa história, apresente elementos para a punição dos culpados das violações de direitos humanos e para que a justiça seja feita por meio do devido processo legal.
Contudo, não podemos comemorar a composição dessa Comissão, finalmente decidida e anunciada pelo governo sem a inclusão de familiares das vítimas da Ditadura Militar de representantes dos Trabalhadores e de grupos e movimentos sociais que lutaram pela redemocratização do país. Ainda que respeitável, o perfil exclusivamente jurídico da maioria dos membros, bem como a interpretação que alguns fazem da Lei da Anistia, que mantém impunes os torturadores, são preocupantes.
A CUT espera e trabalhará para que a Comissão supere estas e outras limitações e que venha a contribuir com o definitivo — e cada vez mais urgente e inadiável — acerto de contas entre o Brasil e a Ditadura Militar.