A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças significativas a muitos trabalhadores. O teletrabalho foi uma estratégia adotada por diversas empresas, desde março, para garantir o isolamento social como medida recomendada pelos órgãos de saúde no país.
Foi a partir desta realidade que a CUT e a Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (Abet) lançam neste mês uma pesquisa para compreender as percepções dos trabalhadores que hoje atuam em trabalho remoto.
Como explica o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, a proposta das entidades é conhecer as formas e a dinâmica como o trabalho remoto está sendo implementado pelas empresas e como os trabalhadores sentem estas transformações no seu cotidiano.
“Isso nos ajudará a compreender melhor o momento vivido pelos trabalhadores e os impactos nas relações trabalhistas, principalmente agora que os números das contaminações e internações voltam a crescer em uma pandemia ainda não controlada”, afirma.
Pesquisa e percepções
O questionário tem um tempo médio de resposta de 20 minutos. Podem participar trabalhadores que atuam nos setores público ou privado, em organizações sem fins lucrativos (ONGs) ou funcionários de entidades sindicais.
Segundo os organizadores, a participação é livre, voluntária e as entidades garantem a privacidade e o anonimato quanto às respostas.
Presidenta da ABET, Patrícia Vieira Trópia destaca que o teletrabalho é uma modalidade de trabalho que, embora não seja uma novidade, se expande na pandemia.
Para Patrícia, no Brasil ainda há poucos estudos sobre teletrabalho e o fato de a pandemia ter colocado alguns milhões de trabalhadores em trabalho remoto instiga algumas questões.
Neste sentido, pretende-se saber, entre outros aspectos, como o teletrabalho impacta a vida familiar e as relações de trabalho.
“A pesquisa visa levantar um conjunto de informações sobre o processo de adaptação dos trabalhadores ao teletrabalho, as condições disponíveis no ambiente doméstico, a compatibilização entre trabalho doméstico e teletrabalho, organização do tempo de trabalho, além da percepção dos pesquisados sobre o teletrabalho”.
Para a secretária de Formação da CUT-SP, Telma Victor, a pesquisa chega num momento importante para avaliar os impactos do isolamento social.
“A pesquisa trará dados que irão auxiliar na discussão junto às categorias e nas mesas de negociação como proteção e regulamentação do trabalho remoto ou home office”.
Petroleiros
No último dia 12, a FUP participou da primeira reunião do Grupo de Trabalho para acompanhar o teletrabalho no Sistema Petrobrás e discutir propostas de regulamentação do trabalho remoto na companhia. Cerca de 20 mil petroleiros e petroleiras estão em teletrabalho desde março, quando teve início o processo de isolamento social em função da pandemia da Covid-19. Para buscar informações sobre as principais demandas dos trabalhadores em home office, a FUP realizou uma pesquisa com a categoria, entre agosto e setembro.
Participe da pesquisa da CUT e da ABET:
https://fs4.formsite.com/uvnr1L/4d8wju9r35/index.html
[Com informações da CUT]