Encontro das centrais com o Executivo, que poderá selar acordo sobre a isenção de tributos no benefício, foi remarcada para amanhã
A CUT criticou a decisão do governo de adiar mais uma vez a discussão com as centrais sindicais em torno da isenção do Imposto de Renda sobre a participação nos lucros ou resultados (PLR). A reunião, que ocorreria na tarde de hoje (30), foi remarcada para as 11h de amanhã. Em audiência na semana passada com os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência), ficou firmado que o governo acertaria uma proposta até a última segunda-feira, o que não ocorreu.
“O governo, mais uma vez, não cumpriu o que prometeu. Fica a crítica. Espero que eles estejam protelando a proposta por ajustes internos”, disse o secretário nacional de Finanças da CUT, Vagner Freitas. “Só falta o governo demorar e não sair nenhuma proposta disso”, completou. O governo ainda não se comprometeu com números. A proposta esperada pelos sindicalistas deve estabelecer um teto para isenção total da PLR e, acima deste valor a ser determinado, seriam criadas alíquotas progressivas. A central pleiteia um teto de R$ 12 mil.
Na regra em vigência, valores até R$ 1.566,61 são cobertos pela isenção e, a partir deste valor, há tributação. Trabalhadores que ganham acima de R$ 3.911,63 de PLR, por exemplo, são tributados pela alíquota máxima, de 27,5%. Quem recebe PLR de R$ 4 mil atualmente paga R$ 376,05 de imposto na folha de pagamento, com 9,4% de alíquota efetiva.
De acordo com Freitas, a expectativa é que saia um acordo da reunião de amanhã para que o benefício comece a ser usufruído pelos trabalhadores ainda este ano. “Vamos esperar este acordo o mais rápido”, disse. Segundo a assessoria da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho e o ministro da Fazenda Guido Mantega participarão do encontro. Presidentes de sindicatos com históricos de negociação de PLR, como o dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, e o dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, estarão presentes.
Durante as comemorações do Dia do Trabalho, em 1º de maio, Carvalho deu garantias às centrais sobre a disposição da presidenta Dilma Rousseff em firmar acordo sobre o tema.