CUT consegue a readmissão de 750 trabalhadores demitidos das obras do Comperj

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Demissões ocorreram porque a Petrobrás cortou contrato com a Delta

A ação sindical da CUT conseguiu a garantia de recontratação de 750 trabalhadores das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) que haviam sido demitidos na semana passada. As demissões ocorreram porque a Petrobrás rescindiu o contrato que tinha com a construtora Delta.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Montagem de São Gonçalo, Itaboraí e região, filiado à CUT, tão logo soube das demissões, abriu negociações com a Petrobrás e outras empreiteiras que permanecem envolvidos na obra e obteve a garantia de que todos serão readmitidos.

Para rescindir o contrato com a Delta, a Petrobrás alega oficialmente que a empreiteira não vinha executando um trabalho de qualidade. A estatal não associa o fim do contrato às acusações de envolvimento da Delta nos esquemas criminosos do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

“A Petrobrás demonstrou nesse episódio importante compreensão do papel do sindicato para impedir o impacto negativo sobre o trabalhador, que não tem responsabilidade sobre nenhum dos problemas que causaram o rompimento do contrato”, afirma o presidente do sindicato, Manoel Vaz de Lima, o Manoelzinho.

Ontem, a CUT Nacional emitiu nota oficial em que defendia rigorosa apuração sobre os crimes cometidos por Cachoeira e empresários e políticos ligados ao esquema. Mas cobrou que os trabalhadores a serviço da Delta tivessem garantia de emprego

Dos 750 trabalhadores que vão ser readmitidos, 450 são operários da construção civil. Os demais são da área administrativa e, embora não representados oficialmente pelo sindicato, foram beneficiados pela negociação e pelo acordo.

No total, o canteiro tem 14 mil trabalhadores, sendo 12 mil ligados diretamente à construção.  As obras do Comperj tiveram início em 2007, com a terraplanagem do terreno. Sua conclusão está prevista para 2014.