O Curso de Cipa que o Sindipetro NF promove de 18 a 20 de maio, no Hotel Vilarejo…
Sindipetro NF
O Curso de Cipa que o Sindipetro NF promove de 18 a 20 de maio, no Hotel Vilarejo em Rio das Ostras teve início com um minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente ocorrido nessa segunda, 17, na plataforma da Brasdril.
Em seguida uma peça de teatro que tratava da importância da Cipa foi apresentada para os cipistas. Cerca de 41 petroleiros e petroleiras participam do curso.
O Curso foi voltado para a abertura política e, posteriormente para uma palestra do assessor jurídico Normando Rodrigues sobre o Histórico da Cipa, seu surgimento e obstáculos.
Participaram da mesa de abertura os diretores do NF, Armando Freitas, Vitor Carvalho e José Maria Rangel, o representante da FUP, Francisco José, o presidente da CUT/RJ, Darby Igaiara e o representante do Ministério do Trabalho, Luiz Sergio de Oliveira.
O Coordenador do Departamento de Saúde do NF, Armando Freitas, afirmou que esse curso deve se tornar referencia para outros sindicatos e desejou um excelente evento para todos.
Um curso dentro da ótica sindical foi o objetivo de realização desse evento, colocou Vítor Carvalho. Para ele é importante que os cipistas que participam desse curso passem a desempenhar um papel de fiscalizadores em conjunto com o sindicato. "Daremos aqui as ferramentas de trabalho para que o cipista possa analisar melhor os acidentes na industria, e assim possam atuar de forma incisiva em seus locais de trabalho" – disse.
O diretor da FUP, Chico Zé, lembrou que saímos de um modelo de Cipão para esse novo formato de Cipa por plataforma e unidades. "A federação e seus sindicatos vão reafirmar que esse modelo seja exercitado por todo movimento sindical petroleiro" – pontuou.
"Um curso com o olhar do trabalhador e das organizações de trabahadores que auxiliam os cipistas no dia a dia do trabalho, que vem fortalecer nossa organização a partir do local de trabalho" – assim foi definido por Darby essa iniciativa do NF, que fez questão de demonstrar aos participantes a importância do grande avanço de termos Cipas por plataforma. " Parece que a vida não tem valor e que o lucro está acima de tudo na lógica do patrão. Na nossa lógica é completamente o inverso, a vida tem o maior valor" – comentou.
O Anexo 2 da NR-30 é um marco divisor das iniciativas em prol da segurança do trabalhador embarcado, terá em 30 dias a maioria dos dispositivos já em vigor e qundo será possível definir os conceitos mínimos de segurança no trabalho, foi a base do discurso do representante do Ministério do Trabalho que foi seguido pelo Coordenados do Sindipetro-NF, José Maria Rangel.
Zé Maria disse que esse curso pode ser o pontapé inicial para mudar a triste realidade do setor petróleo, principalmente no privado. " Questiono se nos incomoda a morte de um companheiro de trabalho, sua mutilação, a subnotificação de acidentes. Se entendermos que isso não incomoda, a gente pode parar por aqui, se ao contrário, a gente continua. É disso que estamos falando. Nossa responsbilidade é muito grande no setor petróleo que crescerá de forma espantosa. Nossa geração que determinará quais serão as normas de segurança para o futuro" – disse.
Para o coordenador já passou da hora de fazermos uma greve por segurança na área de petróleo. Ele afirma que para os patrões, os petroleiros são meras peças de reposição e deu como exemplo o último acidente no golfo do México, onde a imprensa não fala nos 11 trabalhadores mortos, só no vazamento,
Criticou o fato da maioria das gerências não terem liberado os trabaladores cipistas eleitos que estavam embarcados. E alertou que isso comprova que os trabalhadores terão uma disputa com a Petrobras nessa área. "Não tenho dúvida que isso vai desembocar numa greve na Bacia de Campos, já passou da hora, só assim o governo, as empresas e orgãos de fiscalização vão nos ouvir" – conclui.
Em seguida a mesa foi desfeita e Normando falou sobre a origem das Cipas, fez uma apresentação que se iniciou na reflexão histórica de que o trabalho é inseguro, demonstrou que toda legislação na área de segurança do trabalho foi construída a partir da mobilização dos trabalhadores, que tiveram um grande acidente como gerador.